Doação do Imposto de Renda para fundos estaduais beneficia crianças e idosos de SC

Fotos: Leo Munhoz/Secom GOVSC/Divulgação

Faltando menos de um mês para o fim do prazo, pouco mais da metade dos contribuintes catarinenses entregou a Declaração do Imposto de Renda. Embora seja uma obrigação fiscal, o momento também representa uma oportunidade de fazer o bem.

Doações sem custo e com impacto social

Por meio da declaração completa, pessoas físicas podem destinar até 6% do imposto de renda devido para dois fundos sociais: o Fundo Estadual do Idoso (FEI) e o Fundo da Infância e Adolescência (FIA/SC). A doação é feita diretamente no programa da Receita Federal, sem custo extra.

Além disso, é possível dividir a contribuição. Nesse caso, o contribuinte pode destinar 3% ao FIA e outros 3% ao FEI.

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De acordo com a secretária de Estado da Assistência Social, Mulher e Família, Adeliana Dal Pont, a escolha faz diferença. “No momento da declaração, é importante fazer algo a mais. Essa contribuição pode mudar a vida de muitas crianças e idosos”, afirmou.

Projetos beneficiam idosos em Tijucas

Só no ano passado, mais de 200 projetos foram financiados com recursos dos fundos. Em Tijucas, por exemplo, o Lar Santa Maria da Paz usou os valores para contratar novos profissionais. Fisioterapeuta, educador físico, fonoaudiólogo e musicoterapeuta passaram a atender os 49 idosos do local.

Conforme explica o diretor da instituição, Marcelo Sales Alves, o impacto é direto. “Hoje podemos oferecer um serviço com mais qualidade. O lar vive basicamente de doações, então isso faz muita diferença.”

Dona Norly Inocêncio, de 69 anos, é uma das beneficiadas. Ela participa das sessões de musicoterapia depois do almoço. “Tocar gaita é o meu sonho. Agora estou feliz da vida. Já até tinha falado com meu filho e meu irmão sobre isso”, contou.

Música transforma vidas em Palhoça

Enquanto isso, em Palhoça, o FIA ajudou a transformar a realidade de crianças em situação de vulnerabilidade. No Centro de Assistência e Desenvolvimento Integral, uma parceria com a Associação Orquestra Filarmônica Catarinense levou aulas de música para o bairro Frei Damião.

Com os recursos, foram comprados violinos, teclados, violões e xilofones. Segundo o diretor executivo do projeto, Luis Ekke Moukarzel, o trabalho promove inclusão social. “A música é essencial para o desenvolvimento motor, emocional e social das crianças.”

Érica, de 8 anos, participa das aulas com entusiasmo. “Quero aprender violino. A música para mim é uma alegria. Também gosto de piano, flauta e pandeiro”, disse a menina.

Recursos ficam no estado

Além de tudo, a destinação mantém os recursos no estado. “Esse imposto, que iria para Brasília, pode ficar em Santa Catarina. Usamos os fundos para apoiar projetos locais, devolvendo o dinheiro para a sociedade”, reforçou a secretária Adeliana.

Adesão de pessoas físicas ainda é baixa

No entanto, a adesão ainda é baixa entre pessoas físicas. Em 2023, foram apenas 174 doações ao FIA, somando R$ 219,9 mil. Já o FEI recebeu 170 destinações, com um total de R$ 187,9 mil.

Assim, a maior parte dos recursos vem de pessoas jurídicas. Mesmo assim, a participação de contribuintes individuais ainda pode crescer — e mudar vidas.

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