A rotina de Bart não muda. Todos os dias, ele acorda e encara o mesmo espaço. Pula animado pedindo atenção da equipe veterinária da Diretoria de Bem-Estar Animal (Dibea) de Florianópolis. Os funcionários retribuem com carinho e o levam para brincar no pet place.
Bart conhece o local desde filhote. Foi resgatado junto com sua mãe, uma pitbull chamada Ciça. Por ser jovem, ele logo encontrou uma família. Mas o final feliz durou pouco. Devolvido por “brincar demais”, Bart perdeu o lar quando completou um ano. Hoje, aos oito, segue esperando.
Assim como ele, outros 17 cães vivem há mais de cinco anos na Dibea. A maioria chegou filhote, cresceu e envelheceu no abrigo. “Temos muito mais procura por cães filhotes”, explica Filipe Vieira, diretor de Bem-Estar Animal. Segundo ele, adotar um cão adulto é vantajoso. “Eles precisam de menos adaptação e costumam ser mais tranquilos”, reforça.
Campanhas de adoção e castração buscam reduzir abandono
A Dibea realiza campanhas de adoção o ano todo. Além disso, oferece castração gratuita para reduzir o abandono. Ainda assim, histórias como a de Eva mostram que o preconceito persiste.
Eva chegou para ser castrada, mas seu tutor desistiu ao saber que ela estava doente. Desde 2018, vive no abrigo. É brincalhona e dócil, porém enfrenta resistência por ser parte pitbull e estar envelhecendo.

No abrigo, 200 animais aguardam uma nova chance. Bali espera há nove anos. Vanice e Dinho, há sete. Leon e Sheik sonham desde 2017 com uma família. Arrow, Sansão, Cida, Tyler, Kaiser, Houdini, Bruce, Diógenes, Robertinho e Zulu vivem a mesma espera desde 2020. Alguns, como ShangTsun, morreram sem serem adotados.

A missão da Dibea não é abrigar para sempre, mas oferecer recuperação e recomeço. Lá, cães resgatados de maus-tratos ganham nova esperança. Para adotar, basta acessar dibea.floripa.sc.gov.br ou enviar mensagem pelo WhatsApp (48) 93300-8202.