Acidentes com saguis e quatis aumentam em Florianópolis, alerta Vigilância Epidemiológica

Proximidade com animais silvestres aumenta nessa época; número de ocorrências dobrou em relação ao ano passado

Sagui e quati em seu habitat, ilustrando o alerta da Vigilância Epidemiológica sobre o aumento de acidentes com saguis e quatis em Florianópolis.
Foto: PMF/Divulgação

Florianópolis registra aumento nos acidentes com animais silvestres neste verão. Até agora, a Secretaria Municipal de Saúde notificou 84 casos envolvendo saguis e 15 com quatis. No mesmo período de 2024, a cidade registrou apenas 34 e 5 ocorrências, respectivamente.

Os quatis vivem em toda a cidade, mas moradores introduziram artificialmente alguns na Ilha do Campeche, onde se tornaram invasores. Já os saguis circulam por várias regiões da Ilha, especialmente nas áreas de mata, e se classificam como espécies invasoras.

Acidentes aumentam com aproximação de visitantes

Segundo a Vigilância Epidemiológica, os acidentes acontecem porque muitas pessoas se aproximam para alimentar, tocar ou tirar fotos com os animais. Além disso, mesmo com campanhas de educação ambiental e placas de alerta, alguns visitantes continuam arriscando. “Apesar de parecerem dóceis, saguis e quatis podem reagir de forma imprevisível. Mordidas e arranhaduras oferecem risco de transmissão de raiva, uma doença grave e fatal”, explica Lani Martinello, diretora da Vigilância em Saúde.

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Quando ocorre um acidente, a Secretaria orienta procurar imediatamente uma unidade de saúde. O tratamento inclui quatro doses da vacina antirrábica — na data do incidente e nos dias 3, 7 e 14 depois. Além disso, os profissionais aplicam soro ou imunoglobulina diretamente na lesão. Eles também conferem a situação vacinal do paciente e aplicam doses de tétano ou febre amarela, se necessário.

O contato frequente com pessoas também muda o comportamento dos animais. “Quando recebem alimentos humanos, os grupos se tornam mais confiantes e aumentam as interações conflituosas com humanos”, alerta Priscilla Tamioso, bióloga da Fundação Municipal do Meio Ambiente. Alimentos fora da dieta natural, como biscoitos, frutas industrializadas ou restos de lanche, podem causar doenças, desnutrição, alterações hormonais e dependência alimentar.

Para evitar acidentes, a Secretaria recomenda que moradores e turistas mantenham distância mínima de cinco metros. Além disso, é fundamental guardar alimentos em recipientes fechados, descartar resíduos corretamente e redobrar a atenção com as crianças, já que a curiosidade pode aproximá-las dos animais. Dessa forma, todos ajudam a proteger tanto a fauna quanto as pessoas.

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