Alesc cobra responsabilidade do governo federal contra pandemia

deputadas paulinha e luciane carminatti, de máscara, sentadas lado a lado na bancada da alesc, com computadores a frente; paulinha aponta para algo
Parlamentares dirigiram críticas ao governo do país por conta do descontrole da pandemia, como acontece em SC - Daniel Conzi/Agência AL/Divulgação/CSC

Diversos deputados estaduais de Santa Catarina usaram a tribuna da Alesc para criticar a atuação do governo federal em relação ao descontrole da pandemia, que bate recordes de infectados, lotação de hospitais e mortes. Os parlamentares, porém, se esquivaram de cobrar o governo estadual de ações mais enérgicas para conter o problema em SC. O estado também tem batido diariamente seus recordes de novos casos e óbitos pela Covid. O motivo é simples: um novo fechamento de atividades é uma medida bastante impopular, por comprometer emprego e renda. O governo de Carlos Moisés diz que vai esperar os resultados dos dois fechamentos de fim de semana para avaliar novas medidas.

“Só tem um culpado, é o governo federal; só tem uma solução que acaba com necessidade de falta de leito de UTI, lockdown: vacina. É a omissão generalizada do governo federal. Eduardo Pazuello, que vem a Chapecó e a Xanxerê, tem de ser recebido a ovo”, discursou Maurício Eskudlark (PL), que cobrou do Ministério da Saúde milhões de doses de vacinas para o estado.

“Está na hora de acordar e essa responsabilidade é do governo federal, que nunca aparece usando máscara, que nega as orientações da ciência e a gente vendo médicos enfermeiras adoecendo, pedindo demissão. Quem achar que é brincadeira que leve esses 200 pacientes para casa”, desabafou Luciane Carminatti (PT), referindo-se aos catarinenses que estão na fila da UTI.

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“O problema é a vacina, mas existe uma disputa mundial e existe ordem do governo federal para que governadores e prefeitos não possam comprar vacinas, vai ser o caos”, previu Dr. Vicente Caropreso (PSDB).

“A palavra é vacina e não é só na região de Chapecó, em Florianópolis a situação também está feia”, afirmou Ada de Luca (MDB).

“Daqui por diante o estado precisa se posicionar junto ao governo federal com mais firmeza para que a imunização dos brasileiros seja possível”, pontuou Paulinha (PDT).

“Em São Miguel do Oeste os trabalhadores do hospital estão exauridos, hoje a maior parte dos pacientes tem menos de 60 anos, pessoas saudáveis estão adoecendo e entrando em insuficiência renal, dos que entram para UTI, 60% morrem. Em 2020 foram 80 óbitos, agora em janeiro e fevereiro, 60 óbitos, fruto da irresponsabilidade de lideranças políticas”, acusou Padre Pedro (PT).

“O nosso presidente precisa mudar sua postura sobre a pandemia, não quero saber se tem briga com a Globo, precisamos proteger as pessoas, onde estão as vacinas que vão proteger as pessoas? Que se aceite que os governadores e prefeitos possam comprar, porque desse jeito não vai haver leitos de UTI suficientes nunca. Precisa tomar medidas mais drásticas, nossos prefeitos precisam tomar medidas mais drásticas”, sugeriu Moacir Sopelsa (MDB).

“Onde está o governo federal nestas horas? Liberando armas e proibindo vacinas. Hoje li que a comunidade científica mundial está cobrando das autoridades internacionais uma atitude sobre o Brasil. A variante brasileira está indo para outros países e os EUA estão dizendo que tem de haver interferência, porque o Brasil não toma atitudes e a União Europeia vai fechar as fronteiras para brasileiros”, revelou Fabiano da Luz (PT).

José Milton Scheffer (PP), líder do governo estadual, ponderou a necessidade de união de esforços e de alinhamento para combater o vírus.

“O governo do estado, os prefeitos e o governo federal estão buscando alinhamento para criarmos uma força-tarefa para reduzir a contaminação. É preciso a união de esforços, cada um dentro da sua esfera”, informou Scheffer, que defendeu o uso da vacina Sputnik. “Esperamos com grande expectativa a vacina da Rússia, são mais de 10 mi de doses que podem significar alívio muito grande”.

Ismael dos Santos (PSD) também destacou a importância da vacina e lembrou que o estado perdeu a oportunidade de celebrar parceria com a Itália para testar vacinas no território barriga verde.

“Perdemos algumas oportunidades, em agosto insistimos com o secretário da Saúde para que pudesse fazer parcerias com países que queriam fazer experimento da terceira fase aqui. Conversamos com o embaixador da Itália, estavam abertas as portas para um parceria com a UFSC e o Lacen, infelizmente a Secretaria de Saúde e o governo preferiram privilegiar o Plano Nacional de Imunização (PNI), deixando de lado a parceria”, lamentou Ismael.

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