Alunas criam aplicativo para ensinar e compartilhar notícias sobre Libras

Aplicativo foi construído para aumentar a comunicação com as pessoas com deficiência auditiva e recebeu prêmio no Technovation Challenge 2019

Milleny, Jennifer e Joanna, estudantes da Escola Municipal Herondina Medeiros Zeferino, pensaram em desenvolver uma ferramenta de inclusão - Foto: Degugas Fotografia/Divulgação/CSC
Milleny, Jennifer e Joanna, estudantes da Escola Municipal Herondina Medeiros Zeferino, pensaram em desenvolver uma ferramenta de inclusão - Foto: Degugas Fotografia/Divulgação/CSC

As estudantes Jennifer Cardoso da Luz, do 9º ano, Milleny Beck Domingues Jacobi e Joanna Lopes Fernandez do 7º ano da Escola Municipal Herondina Medeiros Zeferino, em Ingleses, venceram a categoria Júnior do Pitch Regional de Florianópolis do Technovation Challenge 2019, programa global de empreendedorismo e tecnologia para mulheres.

A criação do aplicativo “Librianos: o mundo das Libras” deu a vitória às meninas nessa categoria, que contemplava a faixa etária de 10 a 14 anos.

O aplicativo possui uma área de aprendizado, onde as pessoas têm acesso a vídeos exclusivos, com falantes de Libras ensinando coisas básicas, e conta com canal de comunicação direto com a equipe do app.

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Há uma seção com diversas notícias relacionadas à Libras. Futuramente, será dado visibilidade aos sites que contam com adaptação à Língua Brasileira de Sinais e também a jogos voltado para esse tema.

O software utilizado para a criação do aplicativo foi o APP Inventor, disponibilizado gratuitamente pela Google. A direção Escola Herondina está em busca de parceria para disponibilizar o aplicativo na Google Play Store.

“Caso a pessoa saiba algumas palavras ou expressões, ela pode gravar e nos enviar para que disponibilizemos a todos tal conteúdo”, diz Felipe de Oliveira, ex-estudante da Herondina e acadêmico de química no Instituto Federal de Santa Catarina. Ele é um dos mentores das garotas, juntamente com Natália Maia.

Contribuir para inclusão

A ideia de desenvolver o app voltado para a Língua Brasileira de Sinais surgiu como uma forma de contribuir na inclusão da parcela da população brasileira que usa exclusivamente essa comunicação.

As estudantes relatam que percebem de forma bem evidente essa exclusão. O aplicativo foi pensado e construído para auxiliar as pessoas a aprenderem Libras e com isso ajudar na comunicação com as pessoas com deficiência auditiva.

As três adolescentes ficaram envolvidas por três meses em estudos, pesquisas, debates e na construção efetiva do aplicativo. Junto com cerca de 30 estudantes da unidade educativa, elas participaram de 10 encontros no Sebrae e de reuniões semanais na escola no contraturno.

“Mas muito além da vitória, a experiência conquistada por todas as meninas que participaram certamente é o saldo mais positivo. Assim como ver um número cada vez maior de meninas estudando aos sábados e fora do horário escolar. Inspirá-las a estudarem e a perceberem que podem ir além, ocupar espaços e transformar suas vidas. Esse é o maior propósito”, explica Willian Marques, diretor da escola.

Como prêmio, elas receberam o valor de R$ 10 mil em cursos de capacitação na empresa I Do Code.

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