A pequena escritora josefense Tarsila Franco, de apenas 11 anos, encantou o público neste sábado (25/10) ao lançar o livro A História dos Niguetis, Volume 2, durante a Bienal do Livro. O evento marcou mais um capítulo da trajetória literária da jovem autora, que escreve desde os 9 anos e já se tornou um exemplo de criatividade, superação e amor pela leitura.
Talento que nasceu em casa
Autista e estudante do Colégio Maria Luiza de Melo, Tarsila compartilha o gosto pela escrita com o pai, o também escritor Luiz Franco. Foi justamente ao vê-lo preparando um de seus livros que ela decidiu criar o próprio. “Ela entrou no quarto e voltou com um livro inteiro pronto, com capa, história e até atividades. Foi um dos momentos mais bonitos da minha vida”, relembra emocionado o pai.
Além disso, o projeto ganhou força dentro da família. A irmã Betina, de 17 anos, é a responsável pelas ilustrações em aquarela, enquanto a mãe, Amina, atua na produção editorial. Assim, juntos, eles formam a editora Firma Q Rima, que publicou a obra com o apoio de editais culturais municipais e estaduais.
Leitura, inclusão e propósito social
Por outro lado, o trabalho da jovem escritora vai muito além da literatura. Com um forte propósito social, 1.250 exemplares do livro serão doados às escolas municipais de São José, além de bibliotecas públicas e projetos de incentivo à leitura. Dessa forma, a iniciativa busca aproximar ainda mais as crianças do universo dos livros e mostrar que a leitura pode ser inclusiva, leve e inspiradora.
Para o secretário de Cultura e Turismo, Toninho da Silveira, o exemplo de Tarsila reforça o poder transformador da arte. “Histórias como a da Tarsila mostram o quanto a cultura transforma vidas. É um orgulho ver talentos tão jovens florescendo em São José e inspirando outras famílias”, destacou.
A secretária de Educação, Claudia Macário, também comemorou a conquista. Segundo ela, a ação demonstra o quanto o incentivo escolar pode revelar novos talentos. “Ter uma aluna da nossa rede publicando um livro e doando exemplares às escolas é motivo de grande alegria. Isso desperta o interesse pela leitura e pela escrita em outras crianças, mostrando que todas têm uma história para contar”, afirmou.
Durante a Bienal do Livro, Tarsila e o pai dividiram a mesa de autógrafos, emocionando o público e reforçando que a literatura pode nascer em qualquer idade, especialmente quando há afeto e incentivo dentro de casa. Além de autografar, eles compartilharam com os visitantes o processo de criação dos personagens e o desejo de inspirar novos autores.
Luiz Franco resumiu o sentimento da família. “Queremos mostrar às crianças que elas também podem escrever suas histórias, transformar ideias em livros e acreditar no poder das palavras.”
Com isso, A História dos Niguetis segue ganhando novas páginas, assim como a trajetória de Tarsila, que faz da escrita uma ponte entre sonhos, cores e esperança.











