Carlos Prudêncio, idealizador da urna eletrônica: “vamos votar em qualquer computador”

    Catarinense, "pai" da urna eletrônica, lembra como foi o início do sistema, em 1989

    Carlos Prudêncio, idealizador da urna eletrônica no Brasil
    Carlos Prudêncio, idealizador da urna eletrônica no Brasil, relembra início da modernização do pleito e projeta ainda mais meios de se votar - Foto: Rodolfo Espínola/Agência AL/Divulgação/CSC

    A urna eletrônica foi criada na década de 1980 e colocada em prática nas eleições de 1989, em Brusque, no vale do Itajaí, Santa Catarina. A intenção do juiz da quinta zona eleitoral de Brusque na época, Carlos Prudêncio, era dar mais segurança, transparência e agilidade ao processo eleitoral. Até então, os eleitores assinalavam “X” em um papel para escolher.

    Candidato poucas pessoas acreditavam no voto eletrônico, apesar de testes conferindo a confiabilidade. O próprio magistrado, atualmente aposentado, e administrando uma banca de advogados com os filhos, conta que realizou a primeira eleição eletrônica em Brusque sem pedir autorização para o tribunal regional eleitoral de Santa Catarina.

    “O presidente do TRE me proibiu de eu lançar o voto eletrônico em 1988. E em 89 fiquei em silêncio, continuei os testes junto com os técnicos, junto com o meu irmão, junto com mais essas pessoas envolvidas, menos as multinacionais, lógico, e lancei silenciosamente, sem pedir autorização para o TRE. Ou seja, fiz à revelia do TRE”, diz o juiz eleitoral.

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    O resultado da votação dos 373 eleitores na cidade foi anunciado poucos minutos após o encerramento do pleito. O sucesso foi tão grande que o magistrado recebeu os parabéns do ministro do Tribunal Superior Eleitoral, o então ministro Francisco Rezek.

    “O presidente do TSE, o ministro Rezek, até então, ele me telefona, me dá os parabéns pelo feito maior que estava existindo dentro da Justiça Eleitoral no Brasil. Aí ele veio para ministro das relações Exteriores, continua dando apoio. Depois veio o ministro Sidney Sanchez, presidente do TSE, que me deu todo o apoio também”.

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    Anos depois, o magistrado assumiu a presidência do TRE de Santa Catarina e inovou o projeto com a impressão digital e a possibilidade de o eleitor votar de qualquer parte do mundo. Para o futuro, ele prevê mais inovações.

    “Para o futuro é eliminar tudo isso que existe e o eleitor vai diretamente em qualquer computador, que já está proposto dentro do projeto, já testamos inclusive aqui em Brusque, ele vai votar de qualquer computador da sua residência, até mesmo o seu celular”, esboça Prudêncio.

    Por Colombo de Souza, da Rádio AL

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