Clonny Capistrano, do MDB de São José: “Em 2020 teremos uma eleição plebiscitária”

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Vereador e presidente do MDB de São José, Clonny Capistrano: muito diálogo em busca de uma união forte - Divulgação/CSC

Em 2021, o MDB de São José quer ocupar a cadeira nº 1 no município. A largada para essa maratona eleitoral, que culminará com a eleição para prefeito e vereador no primeiro domingo em outubro de 2020, o MDB marcou para o próximo 19 de outubro, quando elegerá a nova executiva do diretório municipal, que poderá manter na presidência o vereador Clonny Capistrano e também postulante de maior visibilidade no partido à pré-candidatura àquela cadeira nº 1.

O advogado Clonny Capistrano e vereador por três mandatos, dá sequência à série de entrevistas que o Correio de Santa Catarina divulga com presidentes de partidos em São José, com vistas às eleições do próximo ano. “Já disputei quatro eleições pelo MDB (antigo PMDB), na última fui eleito com 3.712 votos, o segundo mais votado no geral, e pela história que tenho no partido e representatividade que temos na cidade, não posso excluir meu nome de uma candidatura majoritária” diz entre diplomático e decidido a enfrentar o desafio.

Correio – Como o MDB está se preparando para as eleições de 2020?
Vereador Clonny Capistrano – O MDB está sempre trabalhando e focado nas eleições das quais participa, pois tem a democracia em seu DNA. Agora estamos em processo de novas filiações, trazendo lideranças comunitárias, sociais e empresariais para o quadro do partido, que no momento tem 6 mil filiados, e com isso formar uma lista de candidatos para disputar e vencer o pleito proporcional e majoritário em 2020. No próximo 19 de outubro vamos renovar nosso diretório municipal e em seguida dar o start para a campanha municipal. Com certeza absoluta, o MDB terá candidato à prefeitura.

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Correio – O sr. é candidato à reeleição no comando do partido em São José?
Clonny – Tenho conversado com os demais vereadores, com os diretorianos e com a base partidária. O MDB viveu dois momentos importantes nas duas últimas gestões: foi o vereador Michel (Schlemper) que preparou o partido para a disputa do pleito em 2016 e depois eu o sucedi e tivemos a missão de organizar o partido administrativamente. Hoje o MDB de São José está totalmente em dia com suas atribuições partidárias junto à Justiça Eleitoral.

Correio – Em 2015, o suplente de vereador pelo então PMDB, Matson Cé, fez um movimento interno e houve uma debandada do partido. Isso não vai se repetir esse ano?
Clonny – É natural que lideranças saiam do partido e lideranças entrem no partido. Não vejo que naquela oportunidade a saída do suplente de vereador Matson Cé que, na condição de quinto suplente assumiu a Câmara de Vereadores, tenha influenciado nas eleições de 2016. Outros suplentes também assumiram. Esse rodízio está no DNA do partido. Em 2016 fizemos a segunda maior bancada sem ser governo, fizemos cinco vereadores, poderia ter sido seis não fosse a cassação dos votos do Bastos da Casan pela Justiça Eleitoral. Fizemos o José Natal Pereira – 31 mil votos – o segundo colocado como candidato a prefeito. Já existe um movimento a nível de MDB nacional surgido nos estados do Sul do país com a candidatura do Pedro Simon e da Simone Tebet, que trazem uma nova roupagem para o MDB nacional, e Santa Catarina mais uma vez, como foi com Luiz Henrique da Silveira, Casildo Maldaner, Eduardo Pinho Moreira o senador Dário Berger, que iniciou sua carreia política em São José, muito nos orgulha e honra, está em destaque nesta jornada. Além desses protagonistas, cito o ex-prefeito da cidade, Djalma Berger, a liderança de José Natal Pereira e os vereadores que hoje ocupam o parlamento municipal, com condições plenas de levar a proposta que defendemos nas duas últimas eleições, para a sociedade josefense.

Correio – Como o MDB está se organizando para fazer coligações?
Clonny – Se a regra atual fosse colocada na eleição passada de não poder coligar na proporcional, hoje o parlamento municipal teria apenas quatro agremiações – PSD, MDB, Democratas e PSDB. Vem aí fusões de partidos, vai haver troca de partidos, os de maior expressão vão prevalecer. Tenho convicção que o MDB terá uma grande bancada como nos últimos anos. Quando a Câmara tinha 13 vereadores fizemos uma bancada de seis e agora (são 19 vereadores), fizemos cinco. Isso demonstra a força das lideranças partidárias que aqui estão e também o desejo da população através de seus representantes.

Correio – Qual a principal bandeira que o MDB vai defender em 2020?
Clonny – Precisamos urgentemente atentar para as questões da mobilidade na cidade, que desde a saída do ex-prefeito Djalma e do ex-prefeito Dário não tivemos mais obra de grande porte. Dário iniciou a Avenida das Torres, que desafogou todo o trânsito da região do Bela Vista, Barreiros, Areias, Roçado, e resultou em uma ligação importante entre os bairros, obra concluída na administração do ex-prefeito Fernando Elias. Outra obra mais do que relevante foi a construção da Beira-mar completada por Djalma Berger, que instituiu a ligação da Beira-mar com Florianópolis. Djalma determinou sentido único na Presidente Kennedy. Imagina como estaria São José hoje se não fossem aquelas medidas? Djalma também projetou a Beira-Rio (Forquilhinha-Picadas do Sul) que recentemente, no final do mandato, a prefeita levanta essa bandeira. Precisamos também, e é urgentíssimo, facilitar o acesso de um lado da cidade ao outro, por exemplo, o túnel do Kobrasol. Obra que poderia ter sido feita e não houve empenho em projetos e cobranças para sua execução pela atual administração. Outra questão que precisamos atacar é a de elevados na Avenida das Torres. Ali no entroncamento próximo a Renner, é indispensável fazer um elevado e duplicar a faixa de acesso a Potecas, devido ao grande número de loteamentos que foram deferidos e estão em construção na região, além de vários prédios que foram construídos ali. Apresentaremos tudo isso no nosso plano de governo. Melhorar os acessos na SC 281, que vai para São Pedro de Alcântara. O polo de crescimento de São José está ali, e precisamos ter uma intervenção rápida na questão da mobilidade. Esse é ponto primordial. Teremos que resgatar e trabalhar com as novas tecnologias junto aos postos de Saúde. É inadmissível que no século XXI as pessoas fiquem de madrugada em filas para fazer agendamento de consultas. Vamos achar mecanismos para melhorar a questão de acessibilidade às famílias que precisam de creches para seus filhos.

Correio – Já conversou com algum partido para coligações na majoritária?
Clonny – Sim. Recentemente participei de uma reunião com o pessoal do Democratas, no qual nos demos muito bem. Conversaremos com todos os partidos, desde que estejam afinados e com as propostas que pretendemos implementar na cidade.

PANO RÁPIDO

Correio – O que o MDB estadual espera do pleito de 2020?
Clonny – O presidente estadual do MDB, deputado federal Celso Maldaner, indicou a ex-deputada Dirce Heidersheidt coordenadora Regional da Grande Florianópolis, e o partido projeta eleger mais de 100 prefeitos, 80 vice-prefeitos e no mínimo 1 mil vereadores em 2020.

Correio – Quantos vereadores o MDB têm hoje no Estado?
Clonny – Tem 889.

Correio – Em 2016 foram muitos candidatos a prefeito. Vai se repetir em 2020, facilitando o indicado (ou a indicada) pela prefeita Adeliana (PSD)?
Clonny – Vamos enfrentar essa situação com muito diálogo. Vai ser uma campanha plebiscitária. Está satisfeito com o governo atual ou não? Em 2016 o Natal fez 31 mil votos, o Fernando Anselmo 15 mil, o Mário Marcondes 14 mil, a esquerda (PT, PSOL) mais de 10 mil, são uns 70 mil votos de eleitores que não estavam satisfeitos com o governo, e pelas conversas que temos com as pessoas, elas seguem insatisfeitas. Se nós nos unirmos traremos de volta a autoestima dos josefenses.

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