10% da população concentram quase metade da renda do país

    A metade dos trabalhadores com menores rendimentos recebe R$ 754 em média, enquanto o 1% com os maiores rendimentos ganha, em média, R$ 27.213, mais de 36 vezes

    Vista da cidade, com casas pobres em primeiro plano e prédio de classe alta ao fundo
    13,7% dos domicílios brasileiros estavam no Programa Bolsa Família em 2017 - Foto: IBGE/Divulgação

    Em 2017, os 10% da população com os maiores rendimentos detinham 43,3% da massa de rendimentos do país, enquanto a parcela dos 10% com os menores rendimentos detinha 0,7% desta massa. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (11/4) pelo IBGE, provenientes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).

    Segundo a pesquisa, as pessoas que faziam parte do 1% da população brasileira com os maiores rendimentos recebiam, em média, R$ 27.213, em 2017. Esse valor é 36,1 vezes maior que o rendimento médio dos 50% da população com os menores rendimentos: R$ 754. No Sul do país, essa razão foi menos desigual (25 vezes maior).

    O índice de Gini é utilizado para medir a concentração de uma distribuição. Varia de zero (perfeita igualdade) até 1 (desigualdade máxima). No Brasil, o Índice de Gini do rendimento médio mensal real efetivamente recebido de todos os trabalhos foi de 0,525 em 2016 para 0,524 em 2017.

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    Em 2017, do total de 207,1 milhões de pessoas residentes no Brasil, 124,6 milhões (60,2%) possuíam algum tipo de rendimento, seja proveniente de trabalho (41,9% das pessoas) ou de outras fontes (24,1% das pessoas), como aposentadoria, aluguel e programas de transferência de renda.

    Se todas as pessoas que têm algum tipo de rendimento no Brasil recebessem o mesmo valor mensal, ele seria de R$ 2.112, mas não é isso que acontece.

    Rendimento domiciliar per capita

    Outra forma de observar a distribuição de rendimento no Brasil é através da renda domiciliar per capita, que é calculada da seguinte forma: soma-se todos os rendimentos de um domicílio e divide-se pelo número de moradores. No ano passado, esse rendimento médio domiciliar per capita foi de foi de R$ 1.271. Mas, da massa de R$ 263,1 bilhões gerados, os 20% da população com os maiores rendimentos ficaram com uma parte superior à dos 80% com os menores rendimentos. As regiões Norte (R$ 810) e Nordeste (R$ 808) apresentaram os menores valores e a Região Sul, o maior (R$ 1.567).

    Ainda em 2017, 13,7% dos domicílios brasileiros recebiam dinheiro referente ao Programa Bolsa Família, uma participação inferior à de 2016 (14,3%). O rendimento médio mensal real domiciliar per capita nos domicílios que recebiam o Bolsa Família foi de R$ 324 e naqueles que não recebiam foi de R$ 1.489.

    Em 2017, o país tinha 207,1 milhões de habitantes. Desse total, 124,6 milhões (60,2%) possuíam algum tipo de rendimento. A região Sul (66,0%) teve o maior percentual de pessoas com algum rendimento, e a Norte (52,6%) e a Nordeste (56,5%), os menores.

    A participação do rendimento proveniente de aposentadoria ou pensão foi de 19,4% no Brasil. 73,8% do rendimento médio mensal real domiciliar per capita efetivamente recebido pela população era composto pelo rendimento de todos os trabalhos e os outros 26,2%, por outras fontes (aposentadoria ou pensão; aluguel e arrendamento; pensão alimentícia, doação ou mesada de não morador; e outros rendimentos).

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