A vaca vai pro brejo
Mais uma vez, o Avaí fez o papel de Jesus Cristo — aquele que ensinou, curou e realizou milagres, inclusive ressuscitando Lázaro do leito da morte. Longe da Ressacada, o Leão foi até Belo Horizonte e conseguiu perder para o América-MG, que não sabia o que era vencer há nove jogos. Depois das notícias sobre a falta de pagamento dos salários dos jogadores, o que mais preocupa é o que o time apresentou — ou melhor, não apresentou — em campo. Uma equipe desorganizada, desmobilizada, e a derrota por 2 a 0 era quase inevitável. A diretoria avaiana precisa urgentemente encontrar um jeito de consertar tudo isso. Caso contrário, a vaca vai, de fato, pro brejo.
Quem tem, tem medo
Uma despedida cheia de mistérios — é assim que eu vejo. Aos 61 anos e após 29 anos apresentando o Jornal Nacional na plim-plim, a saída de William Bonner do comando do telejornal ainda é uma incógnita. Em um desabafo, ele citou os três filhos — frutos do casamento com Fátima Bernardes e que vivem no exterior — como fator decisivo. Mas há quem diga que ele estaria com medo de perder o visto para visitar os filhos lá fora. É aquele ditado: quem tem, tem medo, né? Falam até que ele pode ser deslocado para o Globo Repórter. Se isso acontecer, vai virar apenas um papagaio de notícias.
Cumpriu o dever
Entre chegadas e partidas, o Figueirense apostou em um nome pouco conhecido para tentar escapar de mais um possível rebaixamento — e conseguiu. Elio Sizenando assumiu um time bagunçado e, em pouco tempo, conseguiu mostrar ao torcedor alvinegro uma equipe organizada, competitiva e com muita garra em campo. A derrota no interior gaúcho, diante do Ypiranga, marcou o fim da participação na temporada e o início da preparação para um novo ano. O comandante cumpriu o dever que lhe foi dado.
Conversa pra boi dormir
Diante da fraca seleção da Costa Rica — que, se jogar por aqui, perde até para os times de quarentões que se reúnem nos fins de semana —, a seleção brasileira sub-17 aplicou goleadas em Itajaí e, ainda mais, em Florianópolis. Quero ver essa gurizada fazer o mesmo no Mundial do Catar, onde o bicho vai pegar. Não vi nada de empolgante nesses dois testes fraquíssimos, a não ser a convocação do nosso Fabiano Pierre. O resto foi só conversa pra boi dormir.
Melhor momento
Vamos dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Gilmar Dal Pozzo, que já passou por aqui e não foi aproveitado, é hoje o melhor entre os treinadores do futebol catarinense. Sob seu comando, a Chapecoense vem mantendo um ótimo aproveitamento. O empate em 2 a 2 com o Vila Nova, no Índio Condá, marcou a décima partida de invencibilidade na Série B de 2025. O Verdão do Oeste vive seu melhor momento na competição.
Bem-me-quer… Mal-me-quer
- Quem passa pela BR-101 entre Itajaí e Balneário Camboriú vê um belo estádio de futebol: o Complexo Esportivo do Pescador, que pertence ao Barra. Um novo clube do futebol catarinense que promete crescer muito, especialmente com a parceria firmada com o Hoffenheim, da Alemanha.
- Estive num jogo festivo pelos 175 anos de Blumenau, ao lado de Túlio Maravilha e Edilson Capetinha, no belíssimo estádio do SESI — que agora pertence ao município. Um complexo esportivo de dar inveja às grandes cidades brasileiras.
- Não sei por quê, mas de uns jogos pra cá percebo que o Avaí entra em campo sem “tesão”, sem aquela raça de quem briga por algo. Parece um time querendo se afastar cada vez mais da briga pelo acesso.
- Se por um lado Elio Sizenando deu conta do recado no Figueira, o mesmo não se pode dizer de Jair Ventura no comando do Avaí. O treinador começa a perder apoio, e suas entrevistas pós-jogo têm sido cheias de inconveniências.
Cartão Rosa / Cartão Vermelho
Cartão rosa para os 102 anos de existência do Avaí, comemorados na segunda-feira (01). Fundado em 1º de setembro de 1923, o Leão da Ilha carrega a paixão de uma torcida fiel e é o maior campeão catarinense. Neste domingo (07), na Ressacada, os torcedores — cansados de promessas — esperam uma vitória contra o Goiás. Urra, Leão!
Cartão vermelho para o empobrecimento visível do bairro Ponte do Maruim. O maior bairro de Palhoça vem perdendo espaços importantes, e empresários começam a fechar suas portas.
Pensamento do Bambi
A Ponte do Maruim está sendo classificada como o bairro que “já teve”. Já teve BESC, Banco do Brasil, Caixa Econômica, Itaú, agência lotérica, desfile de Sete de Setembro… E hoje, quase nada tem.