De luto pelo Velho Bruxo

Vítima de uma parada cardiorrespiratória na última quinta-feira (25/7), aos 83 anos, o "velho bruxo" nos deixa de forma saudosa

Lauro Búrigo recebendo homenagem
Búrigo recebe uma homenagem, em 2016, do então presidente do Figueirense Wilfredo Brillinger, o vice-presidente Airton Manoel João e o técnico Vinícius Eutrópio, que nesta quarta-feira (31/7) retornou ao comando do time. Foto: Figueirense/Divulgação

O futebol catarinense está de luto. Vítima de uma parada cardiorrespiratória na última quinta-feira (25/7), aos 83 anos, o “velho bruxo” nos deixa de forma saudosa. Lauro Búrigo foi o treinador que mais vezes disputou clássicos entre Figueirense e Avaí. Búrigo era um técnico recheado de boas resenhas. Vai fazer falta esse bom amigo. Vá em paz, meu amigo de fé, meu irmão camarada. Conheci o Lauro em 1994, quando ele comandou o Avaí na segundona catarinense daquele ano. O Leão disputou o título contra o Hercílio Luz dentro da Ressacada, vencendo por 2 a 1. Este escriba estava no apito e ao término o Velho Bruxo chegou para mim e falou: “não porque ganhamos, mas tu ainda vais crescer muito na arbitragem”. De lá pra cá mantivemos uma boa amizade. Com nove conquistas de campeonato catarinense, o Velho Bruxo deixa um grande legado na história do nosso futebol. Na foto, Búrigo recebe uma homenagem, em 2016, do então presidente do Figueirense Wilfredo Brillinger, o vice-presidente Airton Manoel João e o técnico Vinícius Eutrópio, que nesta quarta-feira (31/7) retornou ao comando do time.

Noite de agonia e tranquilidade

Enquanto o Internacional batia o Nacional do Uruguai com tranquilidade na capital gaúcha, mostrando um futebol alegre e jovial, levando o torcedor colorado a acreditar que a Libertadores poderá estar nas mãos, no Rio de Janeiro o Flamengo, precisando de uma reviravolta dentro de um Maracanã tresloucado, levou seus torcedores a roerem unhas e tomar calmantes para suportar a agonia. O time rubro-negro venceu por 2 a 0 no tempo normal, levando a decisão para a cobrança de penalidades e conquistando a sua vaga para a quartas-de-final e segue na esperança de levantar a taça continental. Feito conquistado por aquele mágico time de Zico e Adílio em 1981. Foi uma noite de agonia e tranquilidade pros torcedores brasileiros.

Vergonhosa situação

Justamente no momento em que o clube enfrenta uma grave crise financeira, o Figueirense apresentou oficialmente o seu novo diretor-executivo de futebol, o bem conhecido do futebol brasileiro Antonio Lopes. O delegado, com passagens como treinador por grandes clubes do nosso futebol, foi anunciado pelo presidente alvinegro Cláudio Honigman, que enfrenta uma forte pressão interna no clube. Em meio a este clima revoltoso que vive o alvinegro, o gestor resolve trazer mais uma grande despesa. O que o Figueira precisa é agrupar e buscar soluções imediatas para sair desta vergonhosa situação. Da forma como as coisas estão encaminhando o clube poderá ficar como o JEC.

O novo líder
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Não foi um bom resultado. Aliás, o torcedor azurra aguarda um bom resultado de seu time faz tempo. A derrota do Avaí para o Santos, dentro da Vila Belmiro, já era esperada, afinal o Peixe é um dos postulantes à liderança, contra o lanterna deste Brasileirão. O time venceu o Leão por 3 a 1, mas não pensem que foi com muita facilidade, pois o Leão chegou a ter chances para sair de lá com um empate. O bom e modesto time caiçara tomou as iniciativas logo no início do jogo, utilizando forte marcação na saída de bola, não dando brecha para o Avaí e abrindo o placar do jogo. A partir daí o Avaí pôs as “manguinhas de fora” e chegou ao empate. O time santista não deixou barato, e em tarde inspirada do baixinho Soteldo, que entortou os seus marcadores, o Santos venceu a partida para ser o novo líder deste Brasileirão.

Vale a pena

A pífia campanha que o Avaí vem realizando neste Brasileirão me leva a uma reflexão: será que vale a pena passar um campeonato inteiro levando pancada só pra falar que está na elite? Mais árduo que entrar na série A é conseguir manter-se nela. Dos 20 clubes que compõem esse Brasileirão, alguns não merecem estar lá e não vou questionar as suas tradições, história ou a força de suas torcidas. O que me refiro aqui é sobre as suas organizações administrativas, categorias de base e capacidade financeira. A crise que se instalou no Brasil atinge a todos os segmentos de nossa sociedade e o futebol passa também por uma grave crise, com alguns clubes disputando essa série A apenas por suas tradições. Eu diria que são aqueles ricos de outrora que hoje em dia mal tem o que comer.

Um enorme VAR

Hoje em dia fala-se mais nas arbitragens do que propriamente no baixo futebol apresentado pela grande maioria de nossos jogadores. E um dos personagens mais polêmicos desta temporada é o VAR, justamente o que era pra esclarecer os erros. Acompanhando toda essa turbulência que estamos vivendo, chego à conclusão que estamos precisando de um VAR na vida. Um árbitro de vídeo para analisar as falcatruas de políticos trapaceiros, outros mentirosos prometendo que o Brasil vai mudar, para a falta de respeito existente contra nós, cidadãos, a falta de consciência e de educação de muitos seres humanos e por aí vai. Estamos precisando de um enorme VAR para nos ensinar a sermos mais humanos e parar de querer tirar vantagem de tudo.

Quem é cego

O empate entre Figueirense e Vitória/BA não levou o torcedor alvinegro a reclamar e muito menos a protestar contra o time. Os jogadores, mesmo sem treinar, por estarem passando por uma série de dificuldades financeiras, fizeram o que foram capazes. Diante de um adversário que amarga a maldita zona, o jogo começou de forma truncada e bem movimentado, com muita euforia e dedicação por parte dos jogadores alvinegros. Depois da expulsão de Victor Guilherme, erro da arbitragem já que ambos levantaram os pés, o time deu uma recuada e o resultado em campo serviu para mostrar para os incompetentes que esse plantel joga com garra e muita vontade. Só não vê quem é cego.

Drops da arquibancada

Que o Palmeiras era o predileto para vencer o modesto time do Godoy Cruz dentro de sua Arena, disso não podemos duvidar. Mas precisava o VAR abrir as porteiras para o time alviverde. O pênalti aplicado a favor do Palmeiras foi uma VAR-gonha.

Antes de começar o jogo no Orlando Scarpelli, o presidente Claudio Honigman e alguns conselheiros foram os principais alvos das manifestações dos torcedores alvinegros, que entoaram cantos contra a má administração do clube.

A derrota do Avaí para o Santos, dentro da histórica Vila Belmiro, mesmo perdendo por 3 a 1, não foi um resultado conquistado com facilidade por um clube que disputa o título brasileiro. O leão jogou bem, deu trabalho ao time caiçara e tem uma nova filosofia de jogo.

Marcos Severo, um grande ídolo do Avaí, pegou um gancho no Facebook de Albeneir pra manifestar a sua solidariedade aos jogadores do Figueirense: “Mesmo tendo jogado no Avaí, sempre respeitei o Figueirense e sua torcida. Torço por dias melhores a este clube”. Parabéns, Severo. Afinal é nessa hora que devemos nos solidarizar. Esse é o maior clássico do futebol catarinense.

Até a saída de Hemerson Maria o clube não tinha dinheiro para comprar o pão, a manteiga, o café e frutas. Agora, do nada, aparece um subsídio de R$ 19 milhões para saldar as dívidas e colocar os salários em dia. Estranho, né?

Cartão rosa/vermelho

Cartão rosa para o verdadeiro torcedor alvinegro, que é a maior riqueza de um clube de futebol, que não tem abandonado o time que vem atravessando um momento tão perturbado fora de campo. A torcida abraçou a causa e tem ajudado o time naquilo que eles podem contribuir. A chegada de Vinicius Eutrópio só irá melhorar esse panorama se os que comandam o clube resolverem imediatamente a situação financeira.

Cartão vermelho para o futebol apresentado pelo Criciúma nesta segundona brasileira. O torcedor tricolor anda sentindo saudades daquele velho e bom time que um dia conquistou a Copa do Brasil, chamando a atenção da imprensa esportiva brasileira e até mesmo internacional.

Pensamento do Bambi

Nunca teremos tempo para nos despedir. Portanto, vamos caprichar nos encontros imperfeitos.

 

 

 

 

 

 

 

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