Dengue: Santa Catarina se mobiliza com ações de enfrentamento ao Aedes aegypti

    Homem recolhendo um pedaço de plástico com água parada para eliminar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti e focos de dengue.
    Fotos: Jonatã Rocha/SECOM/Divulgação

    Santa Catarina intensifica, a partir desta semana, as ações de enfrentamento à dengue. Em parceria com a Fecam, as Secretarias de Estado da Saúde (SES) e da Educação (SED) promovem uma grande mobilização entre 27 de outubro e 8 de novembro, envolvendo escolas municipais, estaduais e particulares. O objetivo é unir esforços, sobretudo, para engajar crianças, educadores e famílias em atividades práticas de prevenção e controle do mosquito Aedes aegypti.

    O alerta vem em um momento crítico. Em 2025, o Estado já registrou 20 mortes por dengue, além de um aumento expressivo de casos de chikungunya, com os primeiros óbitos confirmados. Com a chegada do período mais quente e úmido, as condições climáticas se tornam ainda mais favoráveis à proliferação do mosquito transmissor.

    De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi, somente a união entre Estado e municípios permitirá resultados efetivos. “Vamos mobilizar as escolas e incentivar as crianças a agirem dentro e fora de casa, eliminando criadouros. Apenas com a participação de todos poderemos conter o avanço da doença e evitar a sobrecarga da rede de saúde”, afirmou.

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    Além disso, o diretor da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), João Augusto Fuck, alerta para outro fator de risco. “A circulação de um novo sorotipo da dengue em Santa Catarina pode elevar o número de casos. Essa condição aumenta a probabilidade de infecções sucessivas e, consequentemente, de formas mais graves da doença. Por isso, o monitoramento e as ações preventivas são ainda mais urgentes”, explicou.

    Mobilização nas escolas vai envolver toda a comunidade escolar

    Durante o período da mobilização, serão realizadas inspeções nas unidades escolares, com verificação de calhas, caixas d’água e locais de acúmulo de água. Além disso, as equipes municipais de saúde receberão orientações sobre a Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI), técnica que auxilia no controle das larvas do Aedes aegypti.

    O presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam) e prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, destaca que o combate à dengue depende diretamente do envolvimento local. “A dengue se combate no quintal de casa. Com o apoio do Estado, estamos intensificando inspeções e o uso de biolarvicidas. Cada município tem um papel essencial, e a mobilização escolar é uma das formas mais eficazes de conscientizar a população”, ressaltou.

    Paralelamente, as escolas estaduais reforçarão o trabalho educativo já desenvolvido durante o ano letivo. As atividades incluem palestras, oficinas e debates sobre os sintomas, a prevenção e os cuidados com o ambiente. A temática do Aedes aegypti está presente no Currículo Base do Território Catarinense, tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio, e integra as ações de Educação Ambiental com uma abordagem transversal e contínua.

    Além dessas medidas, o Estado segue incentivando a vacinação contra a dengue para adolescentes de 10 a 16 anos. A campanha está em andamento em 100 municípios das regiões Nordeste, Vale do Itapocu, Grande Florianópolis, Médio Vale do Itajaí, Oeste, Alto Uruguai Catarinense e Foz do Rio Itajaí.

    Com todas essas iniciativas, o governo e os municípios reforçam o compromisso de reduzir os casos e aumentar a conscientização da população. Afinal, mesmo pequenas atitudes, como eliminar a água parada, limpar calhas e tampar lixeiras, continuam sendo fundamentais. Assim, Santa Catarina busca não apenas conter o avanço da dengue, mas também consolidar uma cultura permanente de prevenção e cuidado com a saúde coletiva.

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