Deputado relaciona uso de avião à morte de bebê; governo diz que é mentira

Bruno Souza afirma que uso de avião do Batalhão Aéreo por Moisés tem relação com morte de recém-nascido em Lages

avião-ambulância arcanjo 6 dos beombeiros e samu de sc
Avião-ambulância Arcanjo 6 pode ser usado para outras funções fora da Saúde de acordo com contrato de aluguel - CBM/Divulgação/CSC

O deputado estadual Bruno Souza (Novo) afirma que o uso do avião dos Bombeiros e Samu por parte do governador, Carlos Moisés (Republicanos), estaria associado à morte de um bebê em Lages.

Primeiramente o deputado divulgou a situação de que o uso da aeronave Arcanjo 6 por Moisés para ir à compromisso político em Brasília teria ocasionado na falta de veículo de transferência de uma criança de Caçador para Florianópolis. O governo explicou o caso, afirmando que a criança recebeu de fato a transferência para o Hospital Infantil Joana de Gusmão e que o uso da aeronave por parte de autoridades não é irregular, quando não há demanda na área da Saúde.

Após essa primeira investida, o deputado encontrou outro caso similiar em Lages, que, conforme ressaltou, seria de uma mãe que perdeu um bebê em Lages por falta de transferência. Em sua ilação, o deputado relaciona o agravamento da saúde e a morte do bebê recém-nascido à falta de transferência no primeiro momento da solicitação porque o avião estava em uso pelo governador. “Se a aeronave estivesse disponível desde o primeiro pedido, teria o bebê sobrevivido?”, tuitou Souza.

O que diz o governo estadual

Publicidade

Em nota nesta quarta-feira (16), o governo de Carlos Moisés se diz surpreendido com a publicação do deputado, que é “apelativa e sensacionalista”, para usar uma “tragédia familiar para tentar manipular a população e induzir a imprensa a erro”.

Segundo o governo estadual, a equipe da aeronave Arcanjo registrou o pedido de uma transferência de urgência de Lages para o Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, em Joinville, às 23h de 11 de janeiro, para um recém-nascido de poucos dias de vida.

O bebê foi diagnosticado com uma cardiopatia congênita e estava em estado crítico, conforme informações da Secretaria de Saúde. Para fazer a transferência, a equipe do hospital ainda precisava enviar o fluxo de regulação (registrar no sistema a necessidade de mudança de hospital), o que foi feito no dia 12 de janeiro, explica o governo. A aeronave foi para Lages na manhã da quinta-feira, 13 de janeiro.

No local, os médicos constataram que o recém-nascido não suportaria um transporte de Lages até Joinville, de acordo com parâmetros clínicos e físicos do paciente. A saturação era de 54 e a criança corria risco de óbito em voo. O recém-nascido permaneceu no Hospital para estabilização do quadro. Em 16 de janeiro, os médicos retornaram ao hospital e aceitaram fazer o transporte, a partir da assinatura dos pais cientes de um voo de risco para o bebê. A criança resistiu à transferência, mas acabou indo a óbito no Hospital Infantil de Joinville, diante da gravidade da doença.

Por fim o governo estadual afirma que não há relação da morte do bebê com o uso do avião Arcanjo 6 por Carlos Moisés e que a afirmação se trata de mentira com fundo eleitoral.

Por Lucas Cervenka – reportagem@correios.com.br

Publicidade
COMPARTILHAR