Dragagem da Baía da Babitonga usa areia para engordar praia de Itapoá

    Draga Galileu Galilei em operação realizando a dragagem na Baía da Babitonga, processo que aprofunda o canal de acesso aos portos e gera areia para engordar a praia de Itapoá.
    Fotos: PSFS/Divulgação

    A draga Galileu Galilei iniciou, neste fim de semana, a dragagem da Baía da Babitonga. O projeto movimenta R$ 333 milhões e amplia a profundidade do canal que atende os portos de Itapoá e São Francisco do Sul.

    As equipes operam para aumentar o calado de 14 para 16 metros. Esse avanço permite que navios com até 366 metros de comprimento cheguem aos terminais com carga total. Com isso, o complexo da Babitonga se torna o primeiro do país a receber embarcações desse porte.

    Engordamento da praia

    Enquanto realiza a dragagem, a draga despeja parte dos sedimentos em alto-mar, em uma área definida pelo Ibama. Ao mesmo tempo, os operadores direcionam outro volume de areia para uma função inédita: engordar a praia de Itapoá.

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    Os técnicos montam uma tubulação de 5 quilômetros a partir da praia do Pontal do Norte. Assim que concluem essa estrutura, a Galileu Galilei começa a bombear areia diretamente para a costa.

    A draga coleta até 18 mil metros cúbicos por ciclo. Ela transporta esse material por dutos até a orla. A equipe então distribui a areia por 8 quilômetros da faixa de praia, que pode atingir até 200 metros de largura.

    Parceria Público Privada

    Os portos de São Francisco do Sul e Itapoá uniram forças para realizar a obra. O terminal público investe R$ 33 milhões, enquanto o terminal privado coloca R$ 300 milhões no projeto.

    Essa parceria segue o modelo de Parceria Público-Privada (PPP). O porto de Itapoá receberá o valor de volta em parcelas até 2037. As tarifas cobradas pelo aumento de navios e cargas vão cobrir o ressarcimento.

    Fiscalização

    As empresas Geplan e Prosul vencem a licitação pública de R$ 9 milhões e já atuam no canteiro de obras. Os técnicos das duas companhias monitoram o andamento da dragagem, checam a qualidade da areia e analisam o formato da praia ampliada.

    Além disso, as equipes fiscalizam a profundidade do canal para garantir que os parâmetros técnicos sejam mantidos. Elas verificam tanto a área submersa quanto a área de engordamento da orla.

    Areia retirada do mar reforça faixa costeira

    A dragagem vai retirar 12,5 milhões de metros cúbicos de areia. As equipes destinam 6,5 milhões de m³ para a ampliação da praia de Itapoá. Essa medida representa mais da metade do volume dragado.

    Com esse plano, os portos executam a maior obra de engordamento de praia do Brasil, considerando a extensão. Pela primeira vez no país, os técnicos usam sedimentos de dragagem portuária para recuperar e alargar uma faixa de areia urbana.

     

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