Economia catarinense cresceu 2,7% em 12 meses

    Boletim mensal também mostra que metade das famílias catarinenses estão endividadas

    pessoas caminhando no centro de Florianópolis
    Os setores que mais colaboraram para o desempenho foram, a indústria com 7.672 vagas, o comércio 1.443 e a construção civil 1.199. Foto: Ricardo Wolffenbuttel/Secom /Divulgação

    A economia catarinense teve uma alta de 2,7% referente aos quatro trimestres de junho de 2021 a junho de 22. O resultado aponta para uma desaceleração da movimentação econômica no estado, quando comparada ao crescimento de 8,3% no ano passado.

    A redução de ritmo pode estar atrelada aos fatos de que houve ainda retrações causadas pela Covid (Ômicron) no início do ano, invasão da Ucrânia (impacto nos mercados de commodities e o comércio internacional), desaceleração da economia chinesa e estiagens prejudicando safras em SC. Esses elementos contribuíram para um resultado não tão alto quanto nos semestres anteriores em Santa Catarina.

    Os dados e avaliação qualitativa estão no boletim de setembro de indicadores econômicos fiscais, com números compilados até junho de 2022, publicado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), cujo quadro resumido é assinado pelo economista Paulo Zoldan.

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    No geral, os pontos que fizeram a economia de SC crescer no segundo semestre de 21 e primeiro semestre de 22 foram o comércio, com alta de 4,8%, e o setor de serviços, com crescimento de 8,4% nesse período de 12 meses. Já a indústria teve retração de 3,8% e a agropecuária 1,2%.

    Metade das famílias endividadas

    A leitura de setembro do economista é que na economia catarinense os estímulos de curto prazo ao consumo, anunciados pelo governo federal, ainda não significaram um cenário melhor em SC, porque há um endividamento crescente das famílias, juros altos, queda do poder de compra e incertezas internas e externas também crescentes. Dessa forma, o consumidor fica mais cauteloso e o comércio vende menos.

    ”Com a inflação elevada e o rendimento médio do trabalho em queda, a proporção de catarinenses endividados cresceu pelo oitavo mês consecutivo em julho e atingiu 49,6% das famílias”, escreve Zoldan.

    No estado, a avaliação desse patamar de endividamento, feita pela Fecomércio, aponta adicionalmente que 10,8% das famílias têm contas em atraso, mas apenas 1,8% não terão condições de pagar. Segundo a Confederação Nacional do Comércio esse índice de famílias endividadas é de 79% em todo o país.

    Na avalição mensal, se considerada a perspectiva da economia nacional, sem os estímulos do mercado interno e diante de alguns reveses, “a economia catarinense que vem crescendo acima da média brasileira desde 2016, passa agora por um processo de acomodação” e, até o final do ano, é estimado que o crescimento seja mais modesto.

    O boletim de setembro não abrange período de deflação após redução dos preços da gasolina.

    Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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