O Governo de Santa Catarina está utilizando mão de obra prisional para reformar e manter hospitais e maternidades no estado. A ação gera economia e traz resultados concretos para a administração pública.
Atualmente, 26 pessoas privadas de liberdade trabalham em unidades de saúde, dentro de um programa que oferece 47 vagas. A Penitenciária Industrial de Joinville lidera, com oito internos atuando. Na capital, nove reeducandos já estão em atividade, e 30 vagas permanecem abertas, mostrando potencial para expansão.
O projeto envolve hospitais e maternidades em Joinville, Lages, Florianópolis e São Pedro de Alcântara. Entre eles, destacam-se o Hospital Hans Dieter Schmidt, a Maternidade Darcy Vargas, o Hospital Celso Ramos e o Hospital Infantil Joana de Gusmão.
Essa iniciativa surgiu da parceria entre a Secretaria de Estado da Justiça e Reintegração Social (Sejuri) e a Secretaria de Estado da Saúde, por meio do Programa Trabalho pela Liberdade. O programa promove a ressocialização e a qualificação profissional dos internos, ao mesmo tempo em que atende às demandas da saúde pública.
Internos recebem capacitação e atuam em diversas funções
Para participar, os presos passam por uma avaliação rigorosa que considera comportamento, tipo de crime e perfil profissional. Em seguida, eles atuam em pintura, manutenção predial, limpeza de ar-condicionado, jardinagem, apoio em almoxarifados e pavimentação de áreas internas.
Além do trabalho prático, os internos recebem capacitação técnica, que facilita a reinserção no mercado de trabalho após cumprirem a pena. Por exemplo, um interno da penitenciária de Joinville aprendeu a fazer manutenção de ar-condicionado e já planeja seguir carreira na área.
O programa remunera os presos com um salário mínimo. Desse valor, 25% vai para o Fundo Rotativo, que financia melhorias coletivas, enquanto o restante fica com o trabalhador. Além disso, o trabalho garante remição da pena, reduzindo o tempo de encarceramento.
Segundo a secretária Danielle Amorim Silva, essa é uma via de mão dupla: “Os hospitais recebem mão de obra qualificada e os internos ganham dignidade e chance real de mudança.” O secretário de Saúde, Diogo Demarchi, destaca que o projeto une infraestrutura e reintegração social de forma organizada.
Para garantir a segurança, os hospitais fornecem transporte, alimentação, equipamentos de proteção e uniformes diferenciados para os internos. O modelo já funciona em outras cidades e o governo planeja ampliar o programa.
Dessa forma, a iniciativa reforça o papel social do sistema prisional e contribui diretamente para melhorar a saúde pública em Santa Catarina.