Inicia nova etapa na pesca da tainha, com embarcações motorizadas

    Neste sábado (15/5) iniciou nova etapa da pesca de tainha, com embarcações motorizadas utilizando redes de emalhe anilhado. Com isso, a quantidade de tainhas disponíveis nas peixarias vão aumentar, assim como o preço tende a cair.

    De acordo com a definição de cotas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca (Mapa), a cota de captura de tainhas para a modalidade de pesca de emalhe anilhado é de 900 toneladas. A Secretaria Nacional de Pesca credenciou um total de 126 embarcações para a safra da tainha de 2021.

    A temporada das embarcações que operam cerco/traineira terá início em 1º de junho e contará com 8 embarcações credenciadas, com um total de cota de captura em 605 toneladas. De acordo com o Mapa, as reduções nas cotas de pesca se dão pelo fato do estoque de tainha disponível na costa brasileira ter diminuído cerca de 21% em três anos.

    Lanço no Campeche
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    Nesta terça-feira (11/5), a fotógrafa Mara Rejane Freire registrou o trabalho – e a alegria – de um lanço de tainha bem sucessido no Campeche. Confira os registros da captura de cerca de 4 mil peixes e o relato da fotógrafa sobre a cobertura do lanço.

    Nada melhor para uma fotógrafa do que comemorar os 20 anos fotografando a pesca artesanal do que uma rede destas, no Campeche, onde moro!
    Fotografo produtos e campos, modelos e vinhedos, mas me interessa, especialmente, tudo que é humano.
    Amanheceu com um céu muito bonito, mas até aí, não há novidade. Amanheceres e entardeceres no Campeche são fabulosos. Os vigias já estavam no alto das dunas, prontos para sinalizar se vissem o peixe pular. A pé ou de bicicleta, antes do sol nascer, vão chegando no rancho, para o café, os pescadores. Mas havia um sinal, que não era apenas aquele que Getúlio, saudoso, dá, naquela foto do rancho. Foi um amanhecer de cheiros e sons diferentes, e eu sabia que ia dar tainha. Acho até que é um saber que já vem um pouco de viver tanto e com tanta paixão neste ambiente de pesca.
    A grande euforia é quando a canoa entra na água, e é a canoa do Getúlio, Glória, centenária! Remeiros correm para a canoa e, os da terra, ficam a sinalizar. O barco vence o “jajigo”, jazigo, ponto crucial, e, pronto, está navegando, remado pelos remadores e capitaneado pelo patrão. A rede vai sendo solta e o cerco está acontecendo!
    Mas tem muita tainha na praia e já entra, cercando por trás, a canoa do Nei, a Borboleta! É linda, esta canoa! Toda esta ação acontece bem na frente da Ilha do Campeche, daí, tudo vira cartão postal! Moradores e turistas param para ver e fotografar com seus celulares.
    Uma ponta do cabo que prende a rede fica na praia, outra volta para a praia quando a canoa vai chegando, já encaminhada na estiva. A puxada começa reunindo cada vez mais gente na praia, quem é da pesca vai instruindo quem não é. Cada ano que passa, mais mulheres ajudam na puxada e a carregar as tainhas para o cesto.
    Até que surjam as primeiras tainhas, ficam todos na dúvida, terá dado certo o cerco? Será que elas fugiram? Sim, porque tainha é um bicho tão inteligente que só falta ler e escrever!
    O patrão e os remadores, os mais experientes, já sabem que virão muitas. E vêm. Centenas, milhares, quase três mil numa rede e mais de mil na outra! É uma alegria, uma risadaria, todo mundo vira criança. Todos levam peixe para casa e eu também levo a minha tainha, grada, ovada…
    Amanhã é outro dia de espera, nas manhãs frias, nos dias bonitos da coleção outono inverno deste meu Campeche. 

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