Licitação de pontos de ônibus em São José vira alvo da Polícia Civil

Fiscal do contrato era também funcionário da empresa escolhida em licitação

Uma licitação da prefeitura de São José feita em 2023 para contratar empresa para instalar pontos de ônibus é alvo de uma operação da Polícia Civil na manhã dessa terça-feira (26/3).

Segundo a Delegacia Especializada no Combate à Corrupção e Crimes contra o Patrimônio Público (Decor), a operação busca apurar a prática do delito de frustração do caráter competitivo de licitação, ocorrida em 2023, no âmbito da Secretaria de Segurança, Defesa Civil e Trânsito de São José. São cumpridos seis mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de São José.

Operação investiga licitação de abrigos de ônibus em São José
Agentes coletam provas em operação que investiga licitação de abrigos de ônibus em São José – Foto: PCSC/Divulgação/CSC

O certame ocorreu para contratação de empresa especializada para execução de serviços de fabricação, instalação, manutenção e reforma de 100 abrigos de passageiros de ônibus do sistema de transporte coletivo do município, no valor de R$ 2 milhões. Porém, logo foi constatado que o engenheiro responsável técnico da empresa vencedora do certame, era também servidor da Prefeitura de São José atuaria como fiscal do contrato.

Contrato de abrigos de ônibus é cancelado em São José
Contrato de R$ 2 milhões foi alvo de questionamentos e posteriormente cancelado; licitação, porém, é investigada pela Polícia Civil – Foto: PMSJ/Divulgação/CSC
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Segundo a Polícia Civil há “robustos indícios de direcionamento e favorecimento à empresa vencedora” e, por isso, houve a abertura de investigação, resultando nos mandados cumpridos hoje para coletar provas.

Após a divulgação do caso com informações do TCE e reclamações gerais sobre a qualidade dos pontos de ônibus (que pouco abrigam os passageiros), o prefeito de São José, Orvino Coelho de Ávila, cancelou o contrato e exonerou o servidor. Outro engenheiro que atuou na fiscalização do contrato foi demitido da prefeitura dias depois.

Os agentes já descobriram que uma servidora comissionada da prefeitura chegou a formatar o computador utilizado pelo principal investigado, logo após a exoneração, com o objetivo de destruir provas.

Assim, os dois engenheiros, a proprietária da empresa então vencedora da licitação e a terceirizada foram investigados e alvos da investigação.

Diversas equipes da DEIC participaram da coleta de documentos para juntar ao inquérito.

Em nota, a Prefeitura de São José afirma que nenhum pagamento foi feito à empresa envolvida e reiterou que rompeu o contrato já em outubro do ano passado. “O engenheiro citado também foi exonerado já em outubro após questionamento do TCE. A Prefeitura de São José reitera o compromisso com a transparência e permanece à disposição das instituições competentes”.

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