Moisés assina repasse de R$ 328 milhões para educação especial em Santa Catarina

Em dia de aniversário da FCEE, governador também autorizou licitação para novo prédio da instituição

Em visita à Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), em São José, nesta terça-feira (25/5), o governador Carlos Moisés assinou novos convênios e repasses ao setor, totalizando um investimento de R$ 328 milhões para educação especial em todo o estado. De acordo com o governador, o investimento na educação especial é um dos maiores do Brasil, contemplando principalmente os convênios com entidades parceiras.

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Carlos Moisés autoriza licitação para novo prédio da FCEE no aniversário de 53 anos da instituição – Ricardo Wolffenbüttel/Secom/Divulgação/CSC

Um dos projetos envolvidos é um novo prédio que será construído na sede da FCEE, no bairro Roçado. O campus receberá um novo edifício, orçado em R$ 26 milhões, desenvolvido pela equipe da Secretaria de Infraestrutura do estado. “Acredito que não tem prédio moderno e acessível assim no Brasil, é um projeto inédito”, diz o governador. Moisés destacou também que o prédio será totalmente acessível e terá recursos de sustentabilidade, como o reuso da água da chuva para abastecimento dos vasos sanitários e jardins, além de placas fotovoltaicas com instalação de 410 módulos, atendendo a demanda total de consumo de energia do prédio.

Na FCEE, que completa 53 anos nesta terça, ocorreu também a cerimônia de transmissão da presidência, ocupada por Rubens Feijó, que é neto do fundador da entidade, para Janice Krasniak. Estiveram presentes, além do governador, o prefeito de São José, Orvino Coelho de Ávila, e os deputados estaduais Vicente Caropreso, Maurício Skudlark, José Milton Scheffer e Milton Hobus, que agora são da base de apoio do governador na Alesc. Para o prefeito e deputados, o investimento no setor de educação especial é essencial.

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Feijó, em seu discurso, agradeceu o empenho dos profissionais de educação especial ao longo dos anos e destacou que o pagamento da dívida do governo do estado no setor de Saúde, em 2019, na ordem de R$ 650 milhões “salvou muitas vidas”, em suas palavras.

Com 36 anos de atuação na educação especial, Janice atua desde 2013 na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc). Servidora de carreira da FCEE, ela assume no lugar de Rubens Feijó, que estava na presidência desde o começo de 2019.

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Rubens Feijó entrega para Janice Krasniak a presidência da FCEE – Ricardo Wolffenbüttel/Secom/Divulgação/CSC

Durante a celebração do aniversário da FCEE, também foram inaugurados a reforma do Auditório Multifuncional Álvaro José de Oliveira, com um investimento de R$ 340 mil, e a Parada Acessível José Roberto Leal – Zezinho, que permitirá mais conforto aos educandos no embarque e desembarque dos ônibus. Nesse último caso, foram investidos R$ 366 mil.

moisés anuncia 238 milhões para educação especial
Moisés destaca investimento na área da inclusão: “governar é diminuir o sofrimento das pessoas” – Lucas Cervenka/CSC

Correio SC – O senhor tem feito anúncios de investimento em diversos setores. O estado está bem financeiramente? Qual a projeção de investimento no curto prazo?

Carlos Moisés – No próximo um ano e meio que temos vamos investir mais de R$ 10 bilhões com recursos próprios na infraestrutura rodoviária e aeroportuária, na questão da crise hídrica em todo o estado e também na área de educação e saúde. Enxugamos a máquina pública, arrumamos a casa, pagamos a dívida da saúde, uma dívida histórica, praticamente R$ 1 bilhão, a gente entrou em pandemia com essa dívida paga, o que nos deu condição de fazer o enfrentamento. O melhor enfrentamento da Covid-19 do Brasil. E agora a gente vai começar a colher esses frutos. É preciso tempo e foco, mas é importante a estabilidade política pra que a gente possa executar as ações de obras em todas as áreas do governo.

Correio SC – Falando de política e complementando um tuíte seu (a respeito de possível convocação para a CPI da Covid), qual é o papel da CPI da Covid no Senado?

Moisés – Acredito que esse papel não pode ser desvirtuado. O papel da CPI é pra levantar desvios, seja em qualquer área, no município, no estado ou no governo federal. Mas que deve continuar não politizando obviamente, deve continuar com um papel muito isento. E quanto à Santa Catarina nós no dia de hoje remetemos à CPI da Covid todas as informações que possam auxiliar para entender que tudo que o governo de Santa Catarina fez foi para o enfrentamento dessa crise. A compra de equipamentos, respiradores, monitores, a ampliação em mais de 160 leitos de UTI em SC, sendo considerada a nossa atuação de regras aqui, tanto de restrição, quanto no incremento e oferta de serviço de saúde aos catarinenses, como uma das melhores gestões do Brasil até agora. Vamos também colocar o governo à disposição para qualquer esclarecimento.

Situação das Apaes

Contempladas no repasse à educação especial em Santa Catarina, dois representantes de peso das Apaes (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Alice Kuerten e Antônio Hillesheim, falaram sobre a demanda reprimida. De acordo com Alice, que preside a federação catarinense das Apaes, há uma fila de ao menos 200 estudantes somente na Apae de Florianópolis. Seu Antônio, presidente da Apae de São José, também falou que há cerca de 170 crianças na fila para entrar na instituição.

“Estamos trabalhando para ampliar um prédio na Apae de São Jospé. Precisamos de R$ 13 milhões. Aos poucos eu vou conversando com o governador, deputados, e tentando conseguir o dinheiro. O tabalho lá está muito bom, mas precisamos expandir para poder atender mais famílias que necessitam”, disse Hillesheim.

por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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