No mês de combate ao HIV, prefeitura de Florianópolis reforça a importância da testagem e tratamentos para a doença

    Apesar dos avanços e da gratuidade do tratamento disponível, há ainda muitas pessoas que abandonam ou não iniciam o tratamento contra a doença

    Em dezembro, a campanha Dezembro Vermelho busca conscientizar para medidas de prevenção e tratamentos para pessoas infectadas com o vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), sendo o dia 1º a celebração internacional de combate ao HIV. O vírus teve seus primeiros casos descobertos em meados de 1981, e desde então a medicina já evoluiu muito. Anteriormente os remédios antirretrovirais continham um alto número de comprimidos e mais efeitos colaterais, hoje há tratamentos que podem ser feitos com um ou dois medicamentos e menos efeitos colaterais.  

    Apesar dos avanços e da gratuidade do tratamento disponível no SUS municipal, há ainda muitas pessoas que abandonam ou não iniciam o tratamento. A prefeitura de Florianópolis, por meio da secretaria de saúde criou desde 2018, o “Projeto Vinculadores”, que entra em contato com as pessoas vivendo com HIV/aids e que estão em atraso para pegar o medicamento incentivando para que iniciem ou reiniciem o tratamento. Em março, a prefeitura estimava que das 8 mil pessoas vivendo com HIV em Florianópolis, duas mil não faziam o tratamento adequado e 1 mil não sabiam que tinham o vírus 

    Ao fazer tratamento contínuo para a doença a pessoa vivendo com HIV pode se tornar intransmissível, ou seja ela não mais irá transmitir o HIV para outra pessoa. Regina Valim, médica infectologista e gerente de vigilância das IST, HIV/AIDS e Hepatites Virais, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC), reforça a importância das medidas preventivas. “As pessoas não podem deixar de se prevenir. É fundamental que usem camisinha feminina ou masculina em todas as formas de relação sexual, que realizem a testagem para o diagnóstico precoce e o tratamento com medicamentos antirretrovirais, em caso de infecção. Além disso, também indicamos o uso de PrEP e PEP. Lembrando que tudo isso é oferecido de graça para qualquer pessoa nos serviços de saúde”, finaliza a médica.  

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    No ano de 2019, foram registrados 2.066 novos casos de HIV em Santa Catarina. Em um comparativo com o ano anterior, houve uma queda de 222 casos. Com relação à Aids, também houve redução. No ano de 2019, foram notificados 1.205 casos da doença, contra 1.305 em 2018. Os homens são mais acometidos pelo vírus no estado do que as mulheres. Em 2019, foram notificados 1.428 novos casos no sexo masculino, contra 660 no sexo feminino. Já a faixa etária com mais registros de casos de HIV é a de adultos jovens, com idade entre 20 e 29 anos. Foram 750 registros em 2019, seguida dos adultos com idade entre 30 e 39 anos, com 592 novos casos no mesmo ano.

    Onde fazer testes e tratamentos disponíveis para a doença em Florianópolis 

    No município é possível fazer testes para todas as infecções sexualmente transmissíveis em toda rede de saúde municipal. Há ainda a possibilidade de solicitar um autoteste gratuito, entregue pelos Correios por meio do site. De maio até agosto deste ano foram 510 testes de HIV distribuídos desta maneira.  

    Em todos os centros de saúde de Florianópolis e nas unidades de pronto atendimento 24h é possível acessar a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que são os medicamentos antirretrovirais para pessoas que tiveram um possível contato com HIV. Há também a oferta da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), na Policlínica do Centro, que é quando as pessoas com maior risco de infecção pelo HIV tomam um medicamento diário para prevenção do HIV. 

    Nas quatro polínicas do município estão os centros de testagem de resposta rápida. Nos locais, os enfermeiros e infectologistas oferecem testes rápidos e inicio imediato do tratamento. É possível fazer o contato pelo WhatsApp das unidades: Centro (48) 99121-5517, Continente (48) 99959-3242, Sul (48) 99603-4203 e Norte (48) 98849-4499. 

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