A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Combate à Corrupção (DECOR/DEIC), deflagrou nesta quarta-feira (06/08) a operação “Paradoxo”. Ela cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em Florianópolis, Joinville, Barra Velha, São Bento do Sul e Campo Alegre. O objetivo da operação foi desarticular um esquema de fraudes em licitações relacionadas ao reparo asfáltico de rodovias estaduais na região norte do Estado.
A investigação apura fraudes nas licitações da Secretaria Estadual de Infraestrutura, especificamente na Coordenadoria Regional de Joinville. Durante o processo, a ex-coordenadora regional perdeu o cargo. Ela aparece como a principal responsável pelo esquema.
Contratos suspeitos
O inquérito policial investiga um contrato assinado em 2024. Esse contrato previa o reparo de cinco rodovias estaduais danificadas pelas chuvas fortes de outubro de 2023. A Secretaria realizou a contratação por dispensa de licitação, alegando situação emergencial. No entanto, surgiram indícios claros de direcionamento na escolha da empresa, além de várias inconsistências na execução do contrato.
As apurações revelaram que, embora a Secretaria tenha contratado formalmente uma empresa, outra pessoa jurídica executou os serviços. Essa segunda empresa pertence à ex-coordenadora, que também atuava como fiscal do contrato. Portanto, ela controlava a contratação e a fiscalização ao mesmo tempo.
Além disso, a polícia incluiu na investigação mais dois contratos. Eles seguiram o mesmo padrão do primeiro, ou seja, foram assinados por dispensa de licitação em razão de emergências. As mesmas empresas já investigadas participaram desses contratos. Assim, a polícia conclui que a conduta era recorrente e organizada. Os envolvidos atuavam de forma estável, o que indica uma associação criminosa dedicada a fraudar licitações.
Os policiais cumpriram os mandados de busca na sede da Coordenadoria Regional de Joinville, no escritório de São Bento do Sul, nas sedes das empresas e nas residências dos investigados. Durante essas ações, eles apreenderam documentos e mídias importantes para aprofundar as investigações.
Para completar, a operação contou com o apoio da DRP de São Bento do Sul, da Delegacia de Balneário Piçarras, da CECOR, da 1ª, 3ª e 4ª DECOR, e das delegacias especializadas da DEIC (DFAZ, DLAV e DRRDI). Além disso, a Polícia Científica deu suporte técnico durante o cumprimento dos mandados, garantindo a preservação da cadeia de custódia das evidências digitais.