Polícia Civil deflagra Operação Backstage, em Governador Celso Ramos

    Operação apura suspeita de favorecimento em editais culturais com recursos da Lei Paulo Gustavo

    Carro preto com adesivo da DEIC no vidro traseiro
    Foto: PCSC/Divulgação/CSC

    Na manhã desta sexta-feira (15/08), a Polícia Civil de Santa Catarina cumpriu cinco mandados de busca e apreensão nos municípios de Governador Celso Ramos e Biguaçu. A ação faz parte de uma investigação que apura suspeitas de irregularidades em editais culturais financiados com recursos da Lei Paulo Gustavo.

    A Delegacia Especializada no Combate à Corrupção (DECOR/DEIC) coordena a operação. Segundo as investigações, o município de Governador Celso Ramos pode ter direcionado recursos públicos para beneficiar um casal com ligação direta à administração local.

    A denúncia chegou à 2ª Promotoria de Justiça de Biguaçu por meio do Centro de Apoio Operacional da Moralidade Administrativa do Ministério Público. A partir disso, a Polícia Civil iniciou a apuração.

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    Os alvos da operação incluem o casal investigado e o então secretário municipal de Esporte, Cultura e Lazer. Além disso, os agentes cumpriram mandados em endereços da Prefeitura, como a Secretaria de Comunicação e a Secretaria de Cultura.

    Reincidência e favorecimento em prêmios culturais

    De acordo com os investigadores, o casal recebeu cinco prêmios culturais no Edital nº 024/2023. Em seguida, os dois foram contemplados novamente no Edital nº 022/2024, com projetos de conteúdo semelhante. Isso indica possível favorecimento e reincidência no uso indevido de recursos.

    Outro ponto que chamou atenção foi a movimentação nos cargos públicos. Em 10 de fevereiro de 2023, o principal investigado assumiu a Diretoria de Comunicação. No entanto, em 15 de agosto de 2024 — dia do início da propaganda eleitoral — ele foi exonerado. No mesmo dia, sua esposa assumiu o cargo. Para os investigadores, a substituição levanta suspeitas de uso político do cargo e manutenção de influência familiar.

    Além disso, a investigação aponta falhas na divulgação de audiências públicas obrigatórias dos chamamentos. A equipe também identificou a ausência de documentos oficiais que comprovem a anulação do Edital nº 024/2023, o que reforça as suspeitas de irregularidades e falta de transparência.

    Durante a operação, os policiais apreenderam documentos e equipamentos eletrônicos. A Polícia Científica vai periciar todo o material, buscando esclarecer os fatos e identificar outros possíveis envolvidos.

    A operação contou com o apoio da Coordenadoria Estadual de Combate à Corrupção (CECOR), da 1ª DECOR, da Delegacia de Lavagem de Dinheiro (DLAV) e do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD).

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