Polícia Civil desarticula grupo criminoso que manipulava sistemas de Justiça

Policiais conduzem um homem preso até a viatura durante operação de combate a fraudes em sistemas digitais.
Foto: PCSC/Divulgação

A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Investigações Criminais (DIC) de Balneário Camboriú, deflagrou, na manhã desta quarta-feira (26/11), uma operação nacional. O objetivo foi desarticular uma associação criminosa especializada na manipulação ilegal de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Além disso, a ação contou com a parceria da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas (RS) e da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro.

Operação nacional  

Como resultado, a operação cumpriu dois mandados de prisão preventiva e dois mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.

Durante as investigações, a polícia identificou um grupo altamente especializado que fraudava sistemas nacionais usados pelo Judiciário. Por exemplo:

  • SISBAJUD — bloqueio e desbloqueio de valores financeiros;
  • RENAJUD — restrição e liberação de veículos;
  • BNMP — gestão de mandados e informações de custódia.
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Entre os crimes praticados estavam a emissão fraudulenta de contramandados de prisão, o desbloqueio indevido de valores, a remoção irregular de restrições judiciais de veículos, a alteração de dados na Receita Federal e o uso de credenciais de autoridades para acessos ilegais.

Esta operação dá continuidade à primeira fase, deflagrada pela DIC em 05/06/2025. Na ocasião, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva. Naquele momento, o alvo era outro integrante do grupo, responsável por remover ilegalmente restrições no RENAJUD e captar pessoas para o esquema.

As provas reunidas mostram que os dois presos nesta fase atuavam diretamente na execução das fraudes. Especificamente, o investigado preso em Canoas (RS) era responsável pelo “reset” fraudulento de senhas do gov.br. Isso permitia o acesso indevido a plataformas e sistemas oficiais.

O preso no Rio de Janeiro desempenhava papel técnico central. Ele acessava sistemas judiciais e administrativos com credenciais de magistrados obtidas de forma ilícita. Além disso, realizava a descriptografia de certificados digitais, burlava autenticações em duas etapas e possibilitava acessos ilegais ao RENAJUD.

Com o cumprimento das ordens judiciais, a investigação entra em fase final. Agora, a polícia analisa o material apreendido e, posteriormente, remeterá o inquérito ao Poder Judiciário.

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