Prefeitura deve construir barreiras defensivas no Morro das Pedras

Avanço do mar e chuvas colocam em risco a segurança de moradores

Com a maré alta somada às chuvas intensas nos últimos dias, o problema de erosão no Morro das Pedras, no sul da ilha de Florianópolis, se agravou e a prefeitura deve construir barreiras defensivas (paliçadas) no local. O avanço natural do mar sobre as propriedades se intensificou no último mês. Até o momento, 14 propriedades foram atingidas, 11 interditadas e 12 notificadas. Em despacho do início de junho, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região atribuiu ao município a responsabilidade por medidas de segurança dos imóveis atingidos.

ondas chegando até às barreiras no morro das pedras formadas com sacos
Com o avanço do mar sobre as propriedades, a prefeitura deve instalar barreiras defensivas – Alexandre Vieira/Defesa Civil de Florianópolis/Divulgação/CSC

De acordo com o gerente de operação e assistência da defesa civil de Florianópolis, Alexandre Vieira, o procurador geral do município, Rafael Poletto, determinou a colocação das paliçadas com tecido geotêxtil atrás, que dissipam a energia das ondas. A estrutura foi escolhida por ter menor impacto ambiental em relação a outras opções com material rígido, como muro de contenção, rochas e cortina de concreto. As barreiras no Morro das Pedras devem ser estruturadas nos próximos dez dias, seguindo a intimação judicial.

O problema na localidade se agravou no começo de maio quando um ciclone extratropical no litoral brasileiro deixou o mar agitado e provocou a erosão marítima em cerca de 200m da orla da praia, segundo Vieira. O primeiro ciclone cessou, mas em seguida outro ocorreu, dessa vez no litoral norte do Rio Grande do Sul e sul de Santa Catarina, o que novamente causou impactos no Morro das Pedras, ampliando a extensão de erosão para 400m e se aproximando das residências. Na época, sete estruturas foram interditadas, sendo três residências.

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Enquanto a prefeitura não instala as barreiras no Morro das Pedras, os moradores foram autorizados a utilizar sacos de areia (bags) e medidas paliativas, tendo orientação e monitoramento da defesa civil. No final de maio, os moradores protestaram pela resolução do problemas das residências, fechando a SC-406 por um período.

Como o mar segue agitado, escombros e dois postes de iluminação pública ainda não foram retirados do local. As chuvas do início de junho aumentaram o problema de erosão para 600m da praia, de acordo com Vieira, e o solo segue encharcado, o que representa risco.  Mesmo com previsão de que a chuva cesse no fim de semana e que a maré fique baixa, há risco de ondas fortes que podem ruir mais estruturas.

Por Ana Ritti – redacao@correiosc.com.br

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