Em menos de um ano, o Programa Energia Boa não apenas acelerou investimentos privados, como também impulsionou 48 usinas hidrelétricas em Santa Catarina. Ao todo, já são 150 projetos cadastrados. Dessa forma, o estado tem potencial para dobrar a capacidade de geração de energia em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs).
Além disso, a iniciativa deve gerar cerca de 20 mil empregos. Também deve estimular a criação de novos negócios em todo o território catarinense. Como Santa Catarina fabrica todos os equipamentos necessários para construir uma PCH ou CGH, o programa ainda movimenta fortemente o setor industrial.
“O Programa Energia Boa é pioneiro no Brasil e referência para outros estados. Ele garante mais energia para que as empresas possam crescer e gerar empregos”, afirmou o governador Jorginho Mello. Segundo ele, o setor energético agora recebe a importância que merece.
Integração entre órgãos acelera processos
Desde o lançamento, em 2024, os resultados são visíveis. Entre os 150 projetos cadastrados, 48 já foram beneficiados. Isso inclui usinas em fase de construção e outras ainda em projeto. Para isso, o Governo do Estado uniu esforços de diferentes órgãos, como IMA, Celesc, Jucesc, Badesc, BRDE e secretarias estaduais.
Com isso, as análises e liberações de autorizações públicas acontecem de forma mais ágil. “Uma das frentes do Energia Boa é dar rapidez aos processos administrativos. Assim, conseguimos liberar obras com mais eficiência”, explicou o secretário de Indústria, Comércio e Serviços, Silvio Dreveck.
Por consequência, licenças, outorgas e declarações estão sendo emitidas mais rapidamente. Com menos burocracia, os empreendedores avançam nas obras e viabilizam os investimentos.
A maior parte dos projetos se concentra no Planalto Serrano (65) e no Grande Oeste (56). Ambas as regiões têm alto potencial hídrico. Por isso, abrigam diversos projetos de geração de energia limpa e distribuída.
Celesc investe R$ 572 milhões em infraestrutura
Para conectar essas usinas à rede elétrica, a Celesc vai construir seis novas subestações e 225 km de linhas de transmissão. O investimento, feito pelo Governo de Santa Catarina, será de R$ 572 milhões. O objetivo é integrar os empreendimentos do programa à rede elétrica do estado, beneficiando milhares de consumidores.
“As novas subestações e linhas fortalecem a matriz de energia limpa. Além disso, garantem mais segurança e confiabilidade no fornecimento para a população e para os empreendedores”, destacou Tarcísio Rosa, presidente da Celesc. Segundo ele, a estatal cumpre seu papel de modernizar a infraestrutura energética de Santa Catarina.
O programa também tem apoio do setor privado. A cooperativa Creral, por exemplo, está investindo em quatro novas hidrelétricas no estado. De acordo com o presidente da cooperativa, João Alderi do Prado, o Energia Boa chegou em boa hora.
“O programa vai viabilizar a conexão de muitas usinas. O Governo teve visão de desenvolvimento ao criá-lo. Nossas usinas ficarão ligadas à nova subestação e linha de transmissão”, afirmou.
Entre os projetos da Creral está a PCH Santo Cristo, construída entre os rios Pelotas e Pelotinhas. A usina fica entre Lages e Capão Alto, no Planalto Serrano, na divisa com o Rio Grande do Sul. Inicialmente, o plano era levar a energia para o estado vizinho. No entanto, o programa atraiu o projeto para Santa Catarina.
