A Casa de Passagem Indígena e Ponto de Cultura Goj Ta Sá, no Saco dos Limões, abriu suas portas nesta quinta-feira (25/09) para os primeiros grupos escolares do projeto Fomento à Cultura Ancestral em Florianópolis. A iniciativa busca, sobretudo, fortalecer a presença da cultura indígena no meio urbano e ampliar o diálogo entre escolas e comunidades tradicionais.
Logo no início da visita, as crianças da comunidade apresentaram uma atividade cultural para os visitantes. Em seguida, o Cacique Sadraque Lopes realizou um momento de acolhimento. Ele compartilhou, por exemplo, a história de luta pela criação da Casa de Passagem e o processo colaborativo de construção do Mini Museu Indígena – Cultura Viva Goj Ta Sá que vem sendo desenvolvido coletivamente com lideranças Guarani e Laklãnõ/Xokleng e a equipe técnica do projeto.
Ao todo, participaram 39 estudantes. Entre eles, estavam uma turma do 1º ano da Escola Vereador Oscar Manoel da Conceição (Rio Tavares), uma turma do Núcleo de Desenvolvimento Infantil da UFSC (Trindade), duas alunas do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSC, além de integrantes da rede Comunidades Agroecológicas e uma família visitante. As professoras Camila Isabel Cáceres Penados, Natália de Oliveira de Lima, Rafael da Silva e Rayssa de Souza acompanharam a visita.
Vivências conectam educação, sustentabilidade e tradição
Além da recepção, os estudantes participaram de um mutirão na roça comunitária. Plantaram alimentos, vivenciaram práticas agroecológicas e, logo depois, participaram de um piquenique na agrofloresta. Na sequência, aprenderam sobre gestão de resíduos com foco em compostagem e hortas sustentáveis, conectando os saberes indígenas à preservação ambiental.
O encerramento da visita ocorreu na casa de reza, onde o grupo foi acolhido com uma refeição tradicional preparada pela comunidade.
Conforme explicaram os organizadores, o roteiro foi planejado para ir além da teoria. O objetivo principal é promover a educação indígena de forma crítica, sensível e prática. As atividades também contribuem para desconstruir estereótipos, incentivar a arte, debater questões sociais e reforçar a importância da sustentabilidade.
Além disso, a ação está alinhada à Lei nº 11.645/2008, que obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena em todas as escolas, públicas e privadas, do ensino fundamental e médio.
O ciclo de visitas seguirá até dezembro. Portanto, outras turmas ainda terão a oportunidade de vivenciar essas práticas. A expectativa é ampliar o alcance da iniciativa e apoiar educadores no processo de ensino da cultura indígena no Brasil.
Para agendar uma visita guiada ao Goj Ta Sá, é necessário enviar e-mail para: gojtasacentrodeculturaindigena@gmail.com.