Próximas semanas são cruciais para Grande Florianópolis evitar lockdown

    Prefeituras convergiram para tentar frear ascensão do coronavírus na região e pediram ao estado mais leitos de UTI, mas, se não houver efeito esperado, lockdown pode voltar

    Os municípios da Grande Florianópolis começaram a enfrentar uma situação mais dura da pandemia de coronavírus em junho. Agora, com 2.489 casos ativos até esse domingo (12/7), considerando as cidades de Biguaçu, Florianópolis, Palhoça e São José, há a possibilidade da volta de um “lockdown” na região.

    Isso porque os casos têm aumentado mais do que esperavam as secretarias municipais de Saúde. As curvas de infectados subiram vertiginosamente nas últimas semanas para todos os municípios, com uma ascensão maior na capital. SJ também teve grande crescimento, com 80% de casos a mais entre 3 e 7 de julho, por exemplo. Isso fez com que as UTI de todos os hospitais da região ficassem praticamente lotadas. Nesse domingo a taxa de ocupação geral em Florianópolis é de 92%. Com alta pressão sobre a rede hospitalar, as prefeituras pediram mais leitos de UTI para tratamento de Covid-19 ao governo estadual, propondo bancarem metade das novas unidades. Nesta semana o governo de SC deverá apresentar novidades nesse sentido.

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    A situação resultou, positivamente, numa união entre os quatro municípios, determinando que as regras de flexibilização ou isolamento social passem a ser únicas no núcleo urbano da Grande Florianópolis – algo que era bastante requisitado pelo prefeito da capital, Gean Loureiro, que criticava a postura dos demais chefes de poder executivo.

    largo da alfândega no centro de florianópois vazio visto em foto aérea
    Centro de Florianópolis sob lockdown – PMF/Divulgação/CSC

    O objetivo da convergência de decisões é frear a contaminação generalizada na região metropolitana, isso porque, para um vírus, as linhas geopolíticas representam praticamente nada, como se a Grande Florianópolis fosse uma cidade só, com cerca de 1 milhão de habitantes. As novas decisões devem diminuir o ângulo de subida da curva de casos, porém, se não tiver melhor efeito, a saída será retomar um lockdown na região, semelhante à primeira configuração no início da pandemia. A possibilidade é discutida internamente nessa união das quatro cidades.

    Então, as próximas duas semanas serão cruciais para se evitar mais um fechamento generalizado das atividades, e a conduta da população é essencial: não promover festas, usar máscaras, fazer um distanciamento físico mínimo, evitar ao máximo sair de casa, isto é, todas as regras básicas repetidas incansavelmente desde o início da pandemia, mas que para muita gente parece não ter sido compreendida.

    Casos ativos de coronavírus

    Biguaçu: 125
    Florianópolis: 1.069
    Palhoça: 804
    São José: 491

    Há, até a manhã de domingo, 61 mortes por Covid-19 na região: 29 (FLN), 10 (PH), 14 (SJ), 8 (BIG).

    Por Lucas Cervenka

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