A Fortaleza de São José da Ponta Grossa passou por obras de restauração e foi devolvida à população nesta sexta-feira (25/11), em Florianópolis. A obra recebeu investimento de quase R$ 7 milhões, fruto de parceria entre o Ministério da Justiça e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O trabalho resultou na geração de 50 empregos diretos e quase o dobro de empregos indiretos.

“O bem recebeu uma nova expografia e adequação de seu uso. A fortificação poderá receber exposições e visitantes novamente, impulsionando o turismo local e valorizando nosso Patrimônio Cultural”, destaca a presidente do Iphan, Larissa Peixoto.

O projeto executado incluiu serviços de restauração, paisagismo, expografia e sinalização da fortaleza. Foram realizadas intervenções para recuperação das estruturas edificadas, além de melhoria dos acessos ao bem, com implantação de rampas externas e elevador. A obra buscou adequar o monumento às normas de acessibilidade universal e preservar o patrimônio edificado, com o menor impacto possível.

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“Foi um grande desafio, pois fortificações são tradicionalmente construídas como base de defesa, com estrutura que visa dificultar a entrada de inimigos. Costumam ter rampas íngremes, grandes escadarias e altas muralhas”, explica a superintendente do Iphan em Santa Catarina, Regina Santiago. “Realizamos um trabalho cuidadoso que mantivesse as características históricas do bem e ao mesmo tempo facilitasse a entrada de pessoas”, acrescenta.

Fortaleza de São José da Ponta Grossa
A obra recebeu quase R$ 7 milhões em investimentos – Foto: Maria Regina Weissheimer/Iphan/Divulgação/CSC

O monumento

A Fortaleza de São José da Ponta Grossa está localizada no alto do Morro da Ponta Grossa, entre as praias do Forte e de Jurerê. É protegida pelo Iphan desde 1938, sendo um dos primeiros bens tombados no país. Junto com as fortalezas de Santa Cruz de Anhatomirim e Santo Antônio de Ratones, o monumento integra o triângulo defensivo da Baía Norte, sistema construído a partir de 1740 para impedir invasões à Ilha de Santa Catarina.

A fortaleza permaneceu abandonada desde o final do século XIX, quando começou a ser depredada, tornando-se uma ruína – mesmo destino das demais fortificações da Ilha de Santa Catarina.

As primeiras ações do Iphan (então SPHAN) datam de 1976, quando foi realizada a limpeza e a consolidação das ruínas, que contou com a atuação de Armando Luiz Gonzaga, ilustre defensor das fortalezas em Florianópolis.

A primeira restauração completa foi realizada na década de 1990, com recursos da Fundação Banco do Brasil, quando a fortificação foi aberta ao público. Na ocasião, foram promovidas exposições sobre o Sistema Defensivo da Ilha de Santa Catarina, a tradição das rendas de bilro e o cotidiano da fortaleza, temas que continuam fazendo parte do novo projeto expográfico.

Desde 1988, a Fortaleza de São José de Ponta Grossa, assim como as de Ratones e Anhatomirim são administradas pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Obras em Santa Catarina

Outras duas fortificações em Florianópolis tiveram obras de restauro e adequação realizadas pelo Iphan com recursos do Ministério da Justiça: o Forte Santana do Estreito, inaugurado em julho de 2022, e a Fortaleza de Santo Antônio de Ratones, que está em fase de finalização.

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