Santa Catarina amplia protocolo e garante antídoto na rede pública contra intoxicação por metanol

Governador Jorginho Mello em reunião com equipe para discutir medidas de prevenção e combate a casos de intoxicação por bebidas adulteradas com metanol.
Foto: Guilherme Bento/SECOMGOVSC/Divulgação

Mesmo sem casos registrados, Santa Catarina já está em alerta contra possíveis intoxicações por metanol. A medida atende a uma determinação do governador Jorginho Mello, que decidiu agir antes que o problema chegue ao estado.

Nos últimos dias, o estado de São Paulo confirmou ocorrências graves. As intoxicações foram ligadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Por isso, o governo catarinense resolveu agir com rapidez.

Rede de saúde está preparada

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) reforçou os protocolos de atendimento. Além disso, colocou o antídoto contra intoxicação por metanol à disposição da rede hospitalar. Com isso, Santa Catarina garante resposta rápida em caso de emergência.

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“Já determinei a ampliação da fiscalização e disponibilizamos o antídoto de forma imediata. A Saúde está pronta. O Procon está nas ruas. E nossas Forças de Segurança estão autorizadas a investigar qualquer indício de irregularidade”, afirmou o governador.

Na última quinta-feira (2), o governo reuniu o Procon-SC, a Polícia Civil, o Imetro-SC e a Secretaria da Saúde. O objetivo foi reforçar a atuação preventiva em todo o estado.

Atendimento rápido faz a diferença

De acordo com a SES, o atendimento imediato é essencial para salvar vidas. Por isso, em caso de suspeita, os profissionais da saúde devem acionar o CIATox-SC. Os contatos são: 0800 643 5252 (24h) e (48) 3721 9173.

Além disso, a secretaria orienta que:
  • A embalagem da bebida seja guardada;
  • O local de compra seja identificado;
  • Outras pessoas que consumiram o mesmo produto sejam localizadas.

Essas ações ajudam a rastrear a origem do problema. Assim, os órgãos de fiscalização podem agir com mais precisão.

Conheça os sinais de alerta

Para evitar complicações, é importante reconhecer os sintomas logo nas primeiras horas. Veja os principais sinais:

  • Até 6 horas após o consumo: dor de cabeça, sonolência, tontura, náuseas, vômitos, visão turva e sensação de embriaguez incomum.
  • Entre 12h e 24h: agravamento dos sintomas, acidose metabólica, alterações visuais e neurológicas. O consumo de etanol junto pode atrasar os efeitos.
  • Casos graves: convulsões, coma, cegueira, falência dos rins, arritmias e risco de morte.

O secretário da Saúde, Diogo Demarchi, informou que a equipe recebeu uma nota técnica detalhada. “Estamos preparados para realizar exames com agilidade e aplicar o antídoto sem demora”, destacou.

Fiscalização será intensa

Enquanto a saúde prepara a resposta clínica, o Procon estadual lidera a ofensiva contra bebidas adulteradas. A diretora do órgão, delegada Michele Alves, confirmou a criação de um Procedimento Operacional Padrão (POP). A medida padroniza a fiscalização em bares, supermercados e distribuidores.

“Todo comerciante de bebida alcoólica terá que comprovar a origem do produto. Além disso, estamos em contato com associações e distribuidores para reforçar o controle”, explicou Michele.

Ainda segundo ela, a investigação será rigorosa. Caso haja qualquer suspeita, o Procon e a polícia atuarão em conjunto.

Santa Catarina não registra mortes por intoxicação por metanol desde 2022. Na ocasião, o caso envolveu ingestão de combustível, sem relação com bebidas adulteradas.

O governo reforça que a situação está sob controle. Embora o risco exista, a prevenção está sendo feita. A população deve se manter atenta, mas sem pânico.

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