Santa Catarina tem recorde de 9,2 mil casos de dengue

    Até 13 de junho há um número de casos próximo à soma dos últimos anos com epidemia de dengue no estado

    O ano de 2020 atingiu uma marca negativa em relação à dengue em Santa Catarina. O estado já contabiliza 9.200 casos confirmados da doença. O número é mais do que o dobro do que foi registrado em todo o ano de 2016, também marcado por epidemia e com o registro de 4.379 casos.

    De acordo com o último boletim divulgado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), a maioria dos casos confirmados até agora é autóctone (8.783). O município de Joinville concentra 80,1% do total desses casos do estado (7.034).

    “Ao todo, são 10 municípios em situação de epidemia em SC. Outro problema deste ano é a circulação simultânea de três sorotipos da doença: DENV1, DENV2 e DENV4, o que significa que quem já pegou dengue uma vez, pode pegar de novo, por outro sorotipo”, alerta João Fuck, gerente de zoonoses da Secretaria de Saúde.

    Municípios com epidemia de dengue
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    A caracterização de epidemia ocorre pela relação entre o número de casos confirmados e de habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o nível de transmissão epidêmico quando a taxa de incidência é maior de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes.

    Município Taxa de incidência
    (casos/100 mil hab.)
    Formosa do Sul 1.553,80
    Joinville 1.191,30
    São Carlos 992,8
    Coronel Freitas 841,6
    Bombinhas 617,1
    Tijucas 526
    Maravilha 433
    Caibi 390,4
    Águas de Chapecó 370
    São Miguel do Oeste 336,7

     

    Ainda de acordo com último boletim da Dive, que compila dados até 13 de junho, o ano de 2020 já acumula tantos casos de dengue quanto os últimos anos de epidemia em Santa Catarina. Em 2015 foram 3.619 casos confirmados, em 2016 foram 4.379 casos e em 2019 foram 1.911 casos, totalizando 9.909 casos nesses anos epidêmicos.

    Focos preferenciais são os depósitos “artificiais”

    De acordo com dados Centro de Controle de Zoonoses e equipe de combate às endemias de Florianópolis, o mosquito Aedes aegypti tem preferência por depositar os ovos em locais depósitos “artificiais” de água.

    Dentre os 974 depósitos (foscos) onde o mosquito foi encontrado na capital, destacam-se depósitos móveis (vasos, pratos, baldes – 43%), depósitos fixos (ralos, piscinas – 25%), lixo (copos, latas – 14%) e depósitos naturais (6%).

    mulher usando máscara e luva confere interior de bromélia em uma plataforma cheia delas
    Bromélias representam 6% dos focos de mosquito em Florianópolis – PMF/Divulgação/CSC

    Ainda assim, a prefeitura fez um alerta sobre as bromélias (depósitos naturais). Dentre as bromélias, as que acumulam água e detritos são as que fornecem locais propícios para a proliferação de formas aquáticas do mosquito. As plantas foram responsáveis por todas as coletas de mosquito da dengue em depósitos naturais feitos na cidade.

    Como evitar proliferação
    • evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;
    • guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
    • mantenha lixeiras tampadas;
    • deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
    • plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
    • trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
    • mantenha ralos fechados e desentupidos;
    • lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
    • retire a água acumulada em lajes;
    • dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;
    • mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
    • evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;
    • denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
    • caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para o atendimento.
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