Passagem turbulenta de Lula pelo Estado

Em Chapecó houve confronto entre manifestantes pró e contra ex-presidente

Multidão em frente à Catedral de Florianópolis vê Lula discursar, usando camiseta preta e boné vermelho do MST
Lula em Florianópolis: “Somos da paz, mas se derem tapa a gente não vai aceitar” - Foto: Ricardo Stuckert/PT/Divulgação

A caravana de Lula pelo Sul do Brasil não tem sido fácil para o petista. Após ter cancelado evento em Passo Fundo (RS) na última sexta-feira (23/3), o ex-presidente teve um dia carregado em Florianópolis e Chapecó neste sábado. Atos inflamados em ambas as cidades e confronto entre militantes contrários e favoráveis no Oeste deixaram os comícios em clima tenso.

No início da tarde, Lula esteve em ato no Largo da Catedral, no Centro da Capital catarinense, discursando por meia hora para um público de 10 mil pessoas, estimado pelos organizadores do evento. Um pequeno grupo de manifestantes contrários tentou se aproximar do comício, mas foram retirados pela PM. Antes do ato, Lula foi homenageado com o polêmico título de Cidadão Catarinense, concedido em 2008, mas que só agora o petista decidiu receber.

Já no palanque, Lula fez muitas críticas à justiça pela condenação de 12 anos de prisão por corrupção, como também à imprensa e ao MPF. Ele também discursou sobre a resistência que tem enfrentado em seu périplo pelo país.

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“Vocês se preparem que este ano vai ser um ano duro. Tem gente organizado como se fossem paramilitares. Eu queria dizer que a gente é da paz. É só olhar para a cara de vocês. Nós somos da paz, mas se derem um tapa na nossa cara a gente não vai virar do outro lado. A gente vai retribuir até eles aprenderem a viver democraticamente”.

Lula ironizou a manifestação contrária em Chapecó: “Acho bom guardarem rojão para soltarem na minha vitória” – Foto: Ricardo Stuckert/PT/Divulgação
No Oeste, bloqueios e brigas

Antes mesmo de começar o ato na Praça Coronel Bertaso, no Centro de Chapecó, manifestantes contrários a Lula atiraram pedras, ovos e rojões naqueles que o aguardavam para o discurso. O ex-deputado Paulo Frateschi foi atingido por uma pedrada na orelha, e o outro militante também se feriu. A Polícia Militar interviu com bombas e balas de borracha para separar os grupos, colocando uma grade entre os antagonistas.

Alguns manifestantes contrários a Lula tentaram impedir a sua chegada à praça, estacionando carros na saída do aeroporto Serafin Enoss Bertaso. A comitiva usou um caminho alternativo para chegar ao comício, que iniciou com duas horas de atraso.

Seu discurso foi similar àquele de Florianópolis, afirmando também que não pretendia disputar a eleição presidencial deste ano. “Nem queria ser candidato mais, mas apareceram umas mentiras conta mim, uma parte da Polícia Federal, da Lava Jato, a imprensa, o Ministério Público através do Dellagnol, um cara que aprendeu a empinar pipa no ventilador, a jogar bola de gude no carpete”.

Depois do ato, o ex-presidente foi escoltado por manifestantes, que cercaram também o hotel onde ele estava hospedado.

Lula pelo Brasil

A viagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos estados do Sul do país, em março, é a quarta etapa de um projeto que deve alcançar todas as regiões do país nos meses seguintes. No segundo semestre de 2017, Lula percorreu todos os estados do nordeste, o norte de Minas Gerais, o Espírito Santo e o Rio de Janeiro.

Neste domingo (25), o petista tem encontros em Nova Erechim (RS) e São Miguel do Oeste. Depois segue para o Paraná.

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