Entre os dias 1º e 7 de setembro, Santa Catarina realiza a 2ª Semana Catarinense do Pescado. A iniciativa, criada por lei estadual em 2023 busca incentivar o consumo de pescados, além de valorizar a cultura pesqueira e fortalecer a economia do setor.
A cerimônia de abertura ocorreu nesta segunda-feira (01/09), no Largo da Alfândega, em Florianópolis, e marcou o início de uma série de ações em todo o estado. O governador participou do evento, acompanhado de autoridades e representantes do setor.
Investimentos fortalecem setor pesqueiro
Durante o evento, o Governo do Estado anunciou importantes investimentos voltados à pesca e à aquicultura. Em primeiro lugar, foi lançada a linha de crédito Pronampe Aquicultura e Pesca, que destina R$ 47 milhões para infraestrutura e compra de insumos. O financiamento, operado pela Epagri, pretende facilitar o acesso de pescadores e produtores aos recursos.
Além disso, o governo oficializou a isenção de ICMS para a alga Kappaphycus alvarezii, bastante utilizada nas indústrias de alimentos, cosméticos e bioinsumos. Com isso, a medida impulsiona a bioeconomia marinha e apoia a diversificação produtiva.
Outro ponto de destaque foi a entrega simbólica de tratores a dois municípios: Florianópolis e Laguna. No total, 20 cidades catarinenses receberão os equipamentos ainda neste semestre, o que deve reforçar a produção local e melhorar a logística.
Por fim, o governo assinou o contrato para a compra de uma embarcação de busca e resgate, no valor de R$ 14 milhões. A operação ficará a cargo da Marinha do Brasil. O objetivo é ampliar a segurança no mar e garantir suporte rápido em situações de emergência.
Santa Catarina lidera o setor no país
Atualmente, Santa Catarina ocupa uma posição de liderança nacional em pesca e aquicultura. O estado é o maior produtor de ostras, mexilhões e algas do Brasil. Além disso, se destaca na produção de trutas, vieiras, carpas e tilápias.
Como resultado, abriga a maior enlatadora de pescados da América Latina. Também lidera em volume de exportações, número de empresas e empregos gerados no setor.
Em 2023, a indústria pesqueira catarinense movimentou R$ 4,08 bilhões, o que corresponde a 61,6% da produção nacional. Não por acaso, o município de Itajaí recebeu o título de Capital Nacional da Pesca no mesmo ano.
Consumo ainda está abaixo do recomendado
Embora o estado seja referência na produção, o consumo de pescados no Brasil ainda é baixo. Atualmente, a média nacional é de 10 kg por pessoa ao ano, segundo dados do setor. A Organização Mundial da Saúde (OMS), no entanto, recomenda o consumo de 12 kg por ano.
Dessa forma, a Semana Catarinense do Pescado também tem como meta elevar esse índice, especialmente entre os próprios catarinenses. Para isso, a campanha conta com descontos em peixarias e restaurantes, além de ações de conscientização sobre os benefícios nutricionais dos pescados.
Segundo especialistas, o aumento do consumo fortalece tanto a saúde da população quanto a economia local.
De acordo com o governador Jorginho Mello, a criação da Secretaria de Aquicultura e Pesca foi essencial para atender as demandas do setor. “Estamos entregando tratores, linha de crédito e isenção fiscal. Também estamos investindo em segurança marítima, com a aquisição de uma embarcação de resgate. Queremos, acima de tudo, mais peixe na mesa do catarinense”, afirmou.
O secretário estadual da pasta, Tiago Bolan Frigo, também destacou o pacote de entregas. “Temos um governador que compreende a importância estratégica da pesca para o estado. A segunda edição da semana é mais uma demonstração disso”, declarou.
Semana deve entrar no calendário oficial
Ao reunir cultura, saúde, economia e sustentabilidade, a Semana Catarinense do Pescado consolida-se como um evento estratégico para o estado. A expectativa é de que a data passe a integrar oficialmente o calendário anual de ações voltadas à valorização do setor pesqueiro.
Além de estimular o consumo, a campanha também busca reconhecer os profissionais do mar e promover o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva.