180 anos da visita de Dom Pedro II a São José resgatam um capítulo marcante da história catarinense

O Museu Histórico Gilberto Gerlach mantém viva a memória da passagem do imperador pela cidade e convida o público a conhecer de perto o acervo que conta essa e outras histórias de São José

Espada doada por Dom Pedro II ao coronel Luiz Ferreira do Nascimento Mello, atualmente exposta no Museu Histórico Gilberto Gerlach, símbolo de reconhecimento e amizade.
Foto: PMSJ/Divulgação

Há 180 anos, São José viveu um momento histórico. Em 1845, o jovem imperador Dom Pedro II, então com 19 anos, visitou Santa Catarina pela primeira vez. A viagem ocorreu logo após o fim da Guerra dos Farrapos e tinha como objetivo aproximar o império das províncias do Sul. Por isso, São José entrou no roteiro de paradas oficiais.

Na cidade, o monarca recebeu honras das autoridades locais em uma cerimônia de beija-mão. O encontro aconteceu no sobrado que hoje abriga o Museu Histórico Municipal Gilberto Gerlach. Durante a visita, Dom Pedro II entregou uma espada ao coronel Luiz Ferreira do Nascimento Mello. O presente simbolizava reconhecimento e amizade e continua exposto no acervo do museu.

“O Museu de São José funciona como patrimônio vivo da nossa cultura. Cada sala conta uma parte da trajetória da cidade. Por isso, revisitar essa história reafirma o orgulho josefense e valoriza a preservação”, afirma o secretário de Cultura e Turismo, Toninho da Silveira.

Publicidade

O casarão, com arquitetura colonial luso-brasileira, nasceu entre o final do século XVIII e início do XIX. O piso inferior servia ao comércio, enquanto o superior funcionava como residência da família Mello, uma das mais influentes do período. O governo estadual tombou o prédio como patrimônio em 1980. Depois, a prefeitura restaurou o espaço em 1984 e abriu o museu à visitação em 1988.

Hoje, o museu reúne mais de 3 mil peças, incluindo porcelanas, armamentos, móveis, instrumentos musicais e objetos religiosos. Além disso, o acervo retrata mais de 250 anos da história de São José. Por isso, professores e o historiador Gabriel Medeiros Souza conduzem visitas monitoradas e atividades pedagógicas, contextualizando marcos nacionais, como o Descobrimento, a Independência e a Proclamação da República.

“Além de abrigar relíquias, o espaço conecta gerações. As crianças se encantam com as histórias e objetos. Assim, vemos o interesse pelo passado nascer ali mesmo”, comenta Gabriel.

Homenagem a Gilberto Gerlach

O museu leva o nome de Gilberto Gerlach, historiador, cinéfilo e engenheiro civil que dedicou a vida à preservação da memória josefense. Em 2021, o prefeito Orvino Coelho de Ávila sancionou a lei que oficializou a homenagem, reconhecendo a contribuição cultural de Gerlach para o município.

Com entrada gratuita, o Museu Histórico Gilberto Gerlach mantém suas portas abertas e convida josefenses e visitantes a reviverem 180 anos de história. Assim, todos podem descobrir o quanto o passado ainda pulsa nas ruas do Centro Histórico.

Publicidade
COMPARTILHAR