Santa Catarina encerra 2025 com R$ 5,5 bilhões em investimentos, alta do PIB e equilíbrio fiscal

    teclado e tablet sobre relatórios financeiros com gráficos, ilustrando análise de dados e planejamento de investimentos públicos
    Foto: Jonatã Rocha/SecomGOVSC/Divulgação

    O Governo de Santa Catarina encerra 2025 com mais de R$ 5,5 bilhões em investimentos. Ao longo do período, o Estado direcionou recursos para obras, aquisição de bens e compra de equipamentos. As ações contemplaram áreas como Saúde, Educação, Infraestrutura e Segurança Pública.

    Segundo dados parciais da Secretaria de Estado da Fazenda, o volume de investimentos supera em pelo menos R$ 1,1 bilhão o registrado em 2024, quando o Estado aplicou R$ 4,4 bilhões. Dessa forma, o crescimento chega a cerca de 25% na comparação anual.

    Além disso, ao considerar os investimentos desde o início da atual gestão, o total alcança R$ 12,8 bilhões. Em 2023, o governo investiu R$ 2,9 bilhões. Na sequência, em 2024, o valor chegou a R$ 4,4 bilhões. Já em 2025, os aportes atingem pelo menos R$ 5,5 bilhões.

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    Por outro lado, os números não incluem despesas com custeio e folha de pagamento. Mesmo assim, os investimentos se mantêm elevados. Na Infraestrutura, por exemplo, o Estado aplicou quase R$ 3 bilhões nas rodovias catarinenses por meio do Programa Estrada Boa. Com isso, melhorou a logística e ampliou a competitividade. Além disso, o governo destinou cerca de R$ 2,5 bilhões para políticas públicas nas áreas de Educação, Saúde e Segurança Pública.

    O Executivo prepara a consolidação dos dados. O detalhamento das receitas, despesas e investimentos será divulgado no Balanço Geral do Estado, com previsão de publicação até abril de 2026.

    Arrecadação e cenário econômico

    Entre janeiro e novembro de 2025, a arrecadação tributária de Santa Catarina cresceu pouco mais de 2% em termos reais, já descontada a inflação. Ainda que o índice fique abaixo da projeção inicial da Secretaria da Fazenda, o resultado ocorre em um cenário econômico adverso.

    Ao longo do ano, o País enfrentou juros elevados e mudanças no comércio internacional. Além disso, em agosto, os Estados Unidos anunciaram novas tarifas sobre produtos brasileiros, o que influenciou o ambiente econômico.

    De acordo com a Secretaria da Fazenda, o equilíbrio entre receitas e despesas sustentou a execução das políticas públicas. Paralelamente, as projeções oficiais indicam crescimento de pelo menos 5,5% do PIB catarinense em 2025, acima da estimativa nacional, fixada em 2,3%.

    Desempenho dos setores produtivos

    Como reflexo desse cenário, os principais setores da economia catarinense cresceram acima da média brasileira. Entre janeiro e setembro, a indústria avançou 3,1% no Estado, enquanto o Brasil registrou crescimento de 1%.

    Da mesma forma, o comércio catarinense cresceu 5,9% no período. No País, o avanço ficou em 1,5%. Já o setor de serviços apresentou alta de 4,1% em Santa Catarina, superando a média nacional de 2,8%.

    Consequentemente, o desempenho econômico impactou o mercado de trabalho. No terceiro trimestre de 2025, Santa Catarina manteve a menor taxa de desemprego do Brasil, com 2,3%, conforme dados da PNAD. Além disso, de janeiro a setembro, o Estado criou cerca de 95 mil novos postos de trabalho.

    Foto: Roberto Zacarias/ SecomGOVSC/Divulgação
    Medidas tributárias e incentivos

    Ao longo de 2025, a Assembleia Legislativa aprovou dois pacotes tributários encaminhados pelo Governo do Estado. Desde o início da atual gestão, o total chega a cinco propostas aprovadas. As medidas incluem programas de recuperação fiscal e ajustes voltados ao fortalecimento da competitividade econômica, sem previsão de aumento de impostos estaduais.

    Entre essas ações, o governo lançou a segunda edição do programa Recupera Mais. O programa permite a regularização de débitos de ICMS, IPVA e ITCMD. O pacote mais recente ainda aguarda sanção e regulamentação, com expectativa de entrada em vigor no primeiro trimestre de 2026.

    Paralelamente, o Governo do Estado manteve a política de incentivo a novos negócios. Em 2025, o Executivo contemplou 193 projetos nos programas Prodec, Pró-Emprego e no Tratamento Tributário Diferenciado 489. Como contrapartida, as empresas se comprometeram a investir R$ 14,4 bilhões e gerar 46,1 mil empregos diretos e indiretos até 2028.

    Ao ampliar o recorte para os três anos de gestão, os números se tornam mais expressivos. Nesse período, o Estado soma 435 projetos, R$ 30,1 bilhões em investimentos e cerca de 110,3 mil empregos previstos.

    Imposto zerado para seis itens da cesta básica 

    Além das ações econômicas, o governo estadual adotou medidas para reduzir o preço de alimentos. Em agosto, o Executivo zerou o ICMS de seis itens da cesta básica: arroz, feijão e farinhas de trigo, milho, mandioca e arroz. Com isso, a alíquota caiu de 7% para 0% nas operações internas destinadas ao consumidor final. A medida entrou em vigor em setembro e passou a refletir nos preços a partir do fim de outubro.

    Foto: Leo Munhoz/SECOM/Divulgação
    Gestão fiscal reconhecida pelo Tesouro Nacional 

    Ao longo de 2025, Santa Catarina também obteve reconhecimentos na área fiscal. O Estado manteve a nota CAPAG A+ na avaliação da Secretaria do Tesouro Nacional, indicador que mede a capacidade de pagamento dos estados. Atualmente, apenas sete unidades da federação possuem essa classificação.

    Além disso, a agência S&P Global Ratings elevou o rating de crédito de Santa Catarina nas escalas nacional e global. A classificação passou para brAAA no cenário nacional e para BB na escala internacional, refletindo a capacidade do Estado de honrar compromissos financeiros.

    No campo da gestão fiscal, Santa Catarina avançou na cooperação com a União. Em outubro de 2025, o Governo do Estado cedeu ao Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços o código-fonte do SIGEF, Sistema Integrado de Planejamento e Gestão Fiscal de Santa Catarina. Após análises técnicas, o CGIBS considerou a ferramenta a mais adequada para apoiar a administração do novo tributo criado pela Reforma Tributária.

    Desenvolvido pela Secretaria de Estado da Fazenda, o SIGEF funciona como o principal sistema de planejamento e gestão fiscal do Estado. Atualmente, todos os Poderes e órgãos da administração estadual utilizam a plataforma, o que garante padronização de procedimentos e integração das informações fiscais.

    Além disso, o sistema permite o acompanhamento diário da arrecadação, das despesas públicas e da execução orçamentária. Com isso, o Tesouro Estadual monitora a movimentação financeira em tempo real e avalia o cumprimento das metas fiscais.

    Ao concentrar dados contábeis, financeiros e orçamentários em um único ambiente, o SIGEF amplia a transparência, fortalece os mecanismos de controle e facilita o acesso às informações por órgãos de fiscalização. Com a cessão do código-fonte, o Comitê Gestor poderá adaptar o sistema às regras do IBS, contribuindo para mais eficiência, segurança e confiabilidade na gestão do novo imposto em todo o País.

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