O setor supermercadista de Santa Catarina entra em 2026 com mais cautela e maturidade. Depois de anos de intenso crescimento e investimentos, as redes buscam agora consolidar operações e melhorar a eficiência, segundo a Associação Catarinense de Supermercados (Acats). A projeção é de crescimento em linha ou levemente abaixo do observado em 2025, acompanhando o ritmo da economia brasileira.
A expectativa é desacelerar a abertura de novas lojas. Assim, as redes vão priorizar o controle de custos, a rentabilidade e a sustentabilidade dos negócios. Juros elevados, endividamento de parte das empresas e mudanças no sistema tributário exigem planejamento financeiro rigoroso.
“Estamos vindo de um período de muitos investimentos. Agora, o setor entra em uma fase estratégica, de consolidação, buscando eficiência e sustentabilidade”, afirma Alexandre Simioni, presidente da Acats.
Cenário econômico reforça cautela
O contexto macroeconômico também reforça essa postura. Projeções do Banco Central indicam crescimento econômico mais lento em 2026, com o PIB avançando menos que em 2025. Além disso, os juros devem permanecer altos e a inflação continua pressionada. Portanto, disciplina financeira e decisões bem fundamentadas serão essenciais.
“Não é um cenário negativo, mas de crescimento mais contido. Gestão, eficiência e planejamento farão toda a diferença”, destaca Simioni.
A rentabilidade do setor segue estreita, entre 1% e 3%. Por isso, produtividade, escala e uso de tecnologia e dados são decisivos. Espera-se que o crescimento das vendas acompanhe o PIB, mantendo o setor em expansão, embora com margens pressionadas.
Mercado de trabalho aquecido exige qualificação
Outro ponto relevante é o mercado de trabalho aquecido em Santa Catarina. Os salários no setor seguem acima da média nacional, beneficiando os trabalhadores, mas aumentando os desafios para as empresas. É preciso investir continuamente em capacitação, gestão de pessoas e produtividade.
“O momento é positivo para o emprego, mas exige esforço em qualificação e eficiência. Esse equilíbrio será decisivo para a sustentabilidade dos negócios”, observa Simioni.
Consumidor mais exigente impulsiona inovação
O catarinense também se torna mais informado e exigente, valorizando qualidade, segurança alimentar, atendimento e experiência de compra. Para atender a esse perfil, as redes investem em tecnologia, modernização de lojas e novos equipamentos. Dessa forma, Santa Catarina se consolida como referência nacional em qualidade no varejo alimentar.
“O setor catarinense se destaca pela qualidade das lojas e cuidado com a segurança alimentar. Esse é um diferencial competitivo do Estado”, ressalta Simioni.
Agenda de 2026 foca em capacitação e negócios
Para apoiar o setor, a Acats prepara uma agenda estratégica para 2026. Serão encontros regionais, fóruns técnicos, cursos e programas de formação profissional, além da ExpoSuper, principal feira supermercadista do Estado. O objetivo é fortalecer a gestão, estimular a inovação e ampliar a competitividade, conectando associados, fornecedores e especialistas.
Balanço de 2025 cria base para consolidação
As perspectivas para 2026 se apoiam no desempenho de 2025. No ano passado, a Acats registrou crescimento recorde em eventos, educação e engajamento do setor. Cursos, workshops e capacitações envolveram milhares de participantes, fortalecendo a gestão e o networking entre supermercadistas e fornecedores.
“Os resultados mostram um setor engajado, que investe em conhecimento e visão de longo prazo. Isso cria uma base sólida para enfrentar os desafios que vêm”, avalia Simioni.
Para o presidente, o momento exige realismo e confiança. “Não é cenário de euforia, mas também não é negativo. O supermercadista catarinense está preparado para 2026, com maturidade de gestão, investimentos contínuos e foco em entregar valor ao consumidor e sustentabilidade aos negócios”, conclui.











