Corpo de Bombeiros, Samu e SC Transplantes em campanha para passagem no trânsito

O intuito do Corpo de Bombeiros ao solicitar a campanha é alertar a população para que haja um bom senso dos motoristas no trânsito

ambulância dos bombeiros no meio do trânsito entrando na ponte de saída da ilha de sc
Corpo de Bombeiros, Samu e SC Transplantes se unem em campanha “Abra Caminho para a vida” - Foto: Jeferson Baldo/Secom

Em 2018, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina atendeu mais de 100 mil ocorrências relacionadas a urgências e em todas elas existiu algo em comum: o tempo. Em muitos casos, o período gasto no deslocamento é imprescindível para o sucesso do atendimento e, por isso, a campanha “Abra Caminho para a Vida” busca conscientizar a população para que as viaturas de emergência tenham sempre preferência e se de a elas a passagem.

A legislação indica que, quando os dispositivos luminosos e sonoros estiverem acionados, todos os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, posicionando-se ao lado direito da via e parando se necessário. O uso dos dispositivos de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente só acontecem quando existe efetiva prestação de serviço de urgência.

Não dar a passagem para estes veículos é infração de trânsito, porém o que se vê nas ruas é uma grande desatenção dos condutores com os veículos de emergência.

“Hora de ouro” para passagem
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O tenente Ian Triska, subchefe da Comunicação Social do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, conta que existe uma prática na corporação chamada de “golden hour” ou “hora de ouro”, em português, dizendo que quanto mais rápido for o atendimento, mais chances de sobrevida possui a vítima, ou menor a chance de sequelas decorrentes do acidente.

“Imagine um acidente de carro, com uma pessoa presa nas ferragens. A hora de ouro é o tempo completo do atendimento. Ou seja, desde a identificação do acidente, passando pelo acionamento pelo telefone, deslocamento até o local, atendimento da ocorrência e novo deslocamento até o hospital. Tudo isso influencia, então, quanto mais rápido a gente conseguir realizar o nosso trabalho, maior a sobrevida que nós damos para essa vítima. É importante que as pessoas estejam conscientes que isso pode custar a vida ou a morte do cidadão e é muito grave”, informa.

Quando um veículo de emergência tiver luzes acesas, mesmo sem o sinal sonoro, significa que a equipe de serviço está transitando, retornando de uma ocorrência. Mais uma situação que precisa ser feita com agilidade. “É necessário fazer a assepsia dos veículos antes de seguir para um novo atendimento, as equipes fazem a higienização do veículo, a esterilização dos equipamentos e também a reposição de materiais. Ou seja, mesmo nesses casos a abertura da pista para a passagem é importante”, pondera o tenente.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), também apresenta dificuldades relacionadas com o deslocamento. A média do tempo, calculada em setembro, foi de 13 minutos e 30 segundos. O objetivo é diminuir essa resposta e chegar a 10 minutos, desde o chamado telefônico, pelo número 192, até a chegada da unidade até o local indicado. Hoje o Samu atende mais de dois mil pacientes por mês em Santa Catarina. Com a diminuição do tempo, a previsão é que passem a ser atendidos mais pacientes ao mês.

A agilidade conta também para o sucesso das cirurgias realizadas no Estado. Segundo o coordenador estadual de transplantes em Santa Catarina, Joel de Andrade, o tempo é curto e preponderante para que o procedimento seja bem sucedido. Principalmente no caso de órgãos específicos. É fundamental a precisão nos procedimentos: “Entre o órgão ser retirado do doador e ser implantado no receptor, existem tempos máximos, especialmente para coração e pulmão. Entre parar de funcionar no doador e estar implantado no receptor, são apenas quatro horas de intervalo, com o máximo de extensão até seis horas”, esclarece.

Não dar a passagem é infração gravíssima

Além de bom senso, grande parte da população desconhece o fato de que existem penalizações para quem não abrir passagem para os veículos de emergência. O Código Brasileiro de Trânsito em seu artigo 29, inciso 7, diz que “os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente”.

Não dar a passagem é infração gravíssima, penalizada com multa de R$ 293,47 e aplicação de sete pontos na carteira de habilitação. E para aqueles motoristas que aproveitam a passagem dos veículos para desfrutar do caminho aberto, a infração é grave, com multa de R$ 195,23, com aplicação de cinco pontos na carteira. O código também indica que os pedestres, ao ouvirem os sinais sonoros, deverão aguardar na calçada, esperando para atravessar a via apenas após o veículo de emergência ter passado pelo local.

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