Começando pelo Cambirela, pinus serão retirados do Parque da Serra do Tabuleiro

    A proliferação de espécies exóticas invasoras afeta a fauna e flora nativas de ecossistemas ao não permitir o desenvolvimento natural do ambiente e estão diretamente associadas à atividade humana

    retirada de pinus parque estadual da serra do tabuleiro
    Para manter o equilíbrio do ecossistema, é necessário retirar espécies invasoras, como o pinus - Foto: Lucas Cervenka/CSC

    Uma operação de retirada de espécies invasoras do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro foi lançada pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) nesta segunda-feira (3/6). O combate às invasoras, principalmente pinus, é fundamental para garantir a biodiversidade local, além de centenas de nascentes de rios, muitas delas que abastecem a Grande Florianópolis.

    Com 84.130 hectares, o que representa 1% do território catarinense, o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro abriga e conserva uma rica biodiversidade, incluindo espécies endêmicas que só ocorrem na unidade. Estas espécies, porém, são ameaçadas pela presença das exóticas invasoras.

    Originárias de outras regiões do Brasil ou mesmo de fora do país, elas acabam dominando os ambientes e prejudicando as nativas, o que pode transformar consideravelmente os ecossistemas locais. As espécies exóticas são diretamente associadas ao ser humano, porque sua introdução não ocorre por meios naturais.

    A praga do pinus
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    Os Pinus spp., utilizados para a produção de madeira e celulose, foram introduzidos em diversos países e constam entre as 100 piores espécies mais invasoras no mundo. Na África do Sul, por exemplo, passou a invadir áreas que conservam importantes nascentes. Por ocupar espaço das espécies nativas, impedir o crescimento de outras árvores e consumir muita água para seu crescimento rápido, a espécie afetou ecossistemas e, consequentemente, o suprimento ambiental para consumo humano.

    No Parque da Serra do Tabuleiro, o pinus (ou popularmente pinheiro) é um dos maiores vilões. Levadas pelo vento, sementes da árvore germinam até mesmo nas áreas mais altas do parque. Por isso, a retirada dos pinus é essencial para garantir a preservação da biodiversidade nativa e da água.

    Para o corte nos pontos mais altos do parque, como no morro do Cambirela, onde ocorrem os campos naturais, as equipes vão realizar uma operação complexa. A primeira etapa será a de reconhecimento. Na seguinte, as equipes vão aos campos e ficam no local por cerca de três dias, o que deve ser repetido em outras ocasiões até a retirada total.

    O IMA, em 2016, realizou levantamento das espécies invasoras que mais afetam o ecossistema em todo o estado.

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