Dono de empresa de Florianópolis que investia em criptomoedas é preso

Operação Faraó contra empresa de criptomoedas em Florianópolis
Polícia Civil deflagrou a operação Faraó, contra suposta pirâmide financeira de criptomoedas com prejuízo estimado em R$ 6 milhões – Foto: PCSC

O proprietário de uma empresa de investimentos em criptomoedas foi preso nesta quarta-feira (15/3) pela Polícia Civil em São José na Operação Faraó. A empresa é investigada por um suposto esquema de pirâmide financeira após ter lesado diversos clientes, que deixaram de receber o retorno de seus investimentos.

Trata-se da RZ Consultoria e Assessoria, com sede no bairro Estreito. Foram cumpridas, além da prisão preventiva, no bairro Campinas, mandados de apreensão de documentos e mídias digitais para a continuidade da investigação, como celulares, tablet, cheques e a “cold wallet”, denominação da carteira offline de criptomoeda.

As investigações começaram há dois meses com o objetivo de apurar crimes contra a Economia popular e Lavagem de dinheiro relacionados à empresa. De acordo com delegado responsável, Paulo Hakim, da Delegacia de Polícia do Continente, foram ao menos 8 pessoas que registraram boletins de ocorrência (seis em SC e duas no RJ), dando início às investigações.

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A polícia descobriu que o empresário e seu representante legal movimentaram cerca de R$ 6 milhões em criptomoedas entre 2021 e 22 e que a partir de um momento parou de dar o retorno a seus clientes, alegando que um bloqueio de criptoativos junto a uma empresa de Portugal teria prejudicado o investimento. “Ainda não temos conhecimento se realmente ocorreu este fato ou se os ativos digitais foram desviados para outras carteiras de criptomoedas”, diz o delegado.

A promessa aos investidores era de ganhos mensais exorbitantes, de até 10% ao mês, o que atraiu diversas pessoas. Segundo a Polícia Civil além do número de BOs há grupos de whatsapp com dezenas de pessoas alegando prejuízos. “O montante investido variava de acordo com a capacidade financeira do cliente. Teve cliente que vendeu uma caminhonete por 300 mil reais e comprou um Bitcoin. Na época, esse era o valor aproximado de um BTC”, explica Hakim.

O nome da operação faz alusão às pirâmides do Egito e ao crime de Pirâmide financeira ora investigado.

A reportagem tenta contato com a empresa investigada para dar sua versão.

MPSC investiga outro esquema

Na sexta-feira (10) o Ministério Público de SC revelou que também investiga outra empresa de Florianópolis que investe em criptomoedas por crimes de estelionato e contra a economia, a X-Capital Bank.

Segundo as informações obtidas, a X Capital Bank ofereceu para seus clientes oportunidades de financiamento que não deram o retorno esperado. Assim, a empresa teria retido os valores com o argumento de que as perdas se deram em razão de “certa manobra arriscada de investimento”.

A investidora ficava em um grande endereço corporativo na SC-401 e deixou o local de forma abrupta. A Polícia Civil também participa da investigação.

Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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