Empresas de SC estimam crescimento nas exportações em 2018 e 2019

    90% das companhias consultadas pela Fiesc projetam incremento nos embarques, mostra a Análise do Comércio Internacional Catarinense 2018

    navio cargueiro visto ao longe com containeres atracado em um porto em um dia de sol e mar calmo
    Conforme a análise, um fator que possivelmente tenha influenciado este incremento substancial é o câmbio favorável às exportações - Foto: SC Par/Divulgação

    A Análise do Comércio Internacional Catarinense 2018 revela que 90% das empresas consultadas projetam aumento das exportações em 2018 e 2019. O documento foi lançado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), nesta segunda-feira (30/7), em Florianópolis.

    Para 53,4% delas, a expectativa é que o incremento dos embarques ocorra pelo aumento na participação dos mercados em que já atuam, ou seja, pela ampliação do market share. Enquanto isso, para 36,4% das companhias, a ampliação ocorrerá por meio de vendas para novos mercados. Somente 10% não estimam incremento das exportações no período.

    A pesquisa mostra que na comparação dos valores exportados no ano de 2017 com o ano anterior, 61% das companhias ouvidas registraram crescimento. 49% aumentaram os embarques acima de 10% e 12% afirmam que tiveram alta de até 10%. Conforme a análise, um fator que possivelmente tenha influenciado este incremento substancial é o câmbio favorável às exportações.

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    “Apesar da forte sensibilidade das operações ao câmbio, há que se considerar a continuidade das vendas internacionais como estratégia de permanência dos negócios das empresas. O câmbio, por si só, não deve ser o único motivador das exportações. Esses resultados de crescimento refletem as projeções estabelecidas pelas empresas exportadoras na pesquisa do ano anterior, no qual a maioria havia indicado a intenção de ampliar suas operações”, destaca o documento.

    O documento também informa que 70% das companhias consultadas mantiveram regularidade de suas exportações nos últimos cinco anos, dado considerado expressivo e que mostra uma forte cultura exportadora dada a relevância das operações de vendas ao exterior para as empresas. Para 25% das respondentes, ocorreu descontinuidade em seus processos, ou seja, exportaram esporadicamente, com interrupções.

    Destinos de exportações

    Quanto ao número de mercados compradores em 2017, 36% das empresas pesquisadas diversificaram moderadamente suas vendas e indicaram que possuem atuação em até cinco países. Porém, se observados os dados de forma agregada, mais de 50% das empresas tiveram abrangência dos mercados compradores, com presença em mais de cinco países, um indicativo de diversidade e amplitude geográfica de mercados. Apenas 11% dos respondentes concentraram-se em um único país. Isso mostra como resultado geral que as empresas participantes da pesquisa possuem um baixo risco de dependência em um único mercado comprador. Participaram da pesquisa 182 empresas de pequeno, médio e grande portes dos segmentos de indústria, comércio e serviços.

    muitas pessoas reunidas em uma grande mesa em formato de U
    Seminário na Fiesc apresentou análise do comércio internacional e apresentou facilidades para exportações catarinenses – Foto: Filipe Scotti/Fiesc/Divulgação
    Desburocratização do comércio

    Em uma apresentação conjunta, a chefe da divisão de modernização de operações do Ministério do Desenvolvimento (MDIC), Taís Salem, e o auditor fiscal da Receita Federal, Alexandre da Rocha Zambrano, apresentaram o Portal Único do Comércio Exterior, sistema que está parcialmente em operação e traz mudanças para as empresas que operam na área. Eles ressaltaram que o objetivo é desburocratizar os processos. No caso das exportações, a redução será de 13 dias para 8 dias e a importação cairá de 17 dias para 10 dias. Estes são os prazos médios dos países da OCDE.

    Acordos comerciais

    No seminário, a analista de negociações internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carolina Teles Matos, informou que o Brasil tem em andamento negociações com México, União Europeia, Associação Europeia de Livre Comércio (Efta), Canadá, Coreia do Sul e Cingapura. “Para 2018 há expectativa de anúncio político com a União Europeia e com a celebração de acordos podemos ampliar o potencial de acesso a mercados das exportações brasileiras. Atualmente, 35% dos embarques de bens industriais são para países com os quais o Brasil tem acordo”, disse, lembrando que com a celebração das negociações em andamento o percentual aumentaria para 55%.

    O presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, observa que os resultados da análise permitem à entidade propor iniciativas e soluções que viabilizam o desenvolvimento do potencial das indústrias catarinenses, inclusive de pequeno e médio portes, com vistas à ampliação de suas rentabilidades e a minimizar e eliminar as barreiras ao processo de internacionalização. “O resultado se traduz em uma maior integração da economia catarinense ao mercado global, um desafio que, vencido, propiciará benefícios significativos em médio e longo prazos”, afirma ele na apresentação do documento.

    A presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maria Teresa Bustamante, ressalta que a pesquisa mostra claramente que a exportação continua sendo uma bandeira das empresas. “Santa Catarina continua dando demonstração clara de investimento pelas empresas no comércio internacional e a participação das pequenas e médias vem acompanhando esse crescimento”, explicou.

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