O GAECO realizou nesta terça a Operação Vox Mortis e avançou na investigação conduzida pela 2ª Promotoria de Justiça de Palhoça. A equipe cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em Palhoça, Florianópolis e São José. Os agentes entraram em endereços ligados aos investigados e à estrutura usada para o esquema. Além disso, a Justiça afastou imediatamente a gestora do cemitério municipal do bairro Passa Vinte. A Vara Regional de Garantias de São José autorizou todas as ordens. Para reforçar a ação, três guarnições Táticas da Polícia Militar acompanharam as diligências.
A investigação aponta que a gestora comandava um grupo que vendia espaços e jazigos de forma irregular. O MPSC identificou que ela movimentou mais de 1 milhão de reais entre janeiro de 2024 e junho de 2025, embora recebesse um salário incompatível com esse volume. Os investigadores também descobriram que o grupo usava contas bancárias de terceiros para receber os valores. Além disso, coveiros atuavam no apoio às negociações ilegais.
As irregularidades se acumulam há anos. Em 2017, a Delegacia da Comarca de Palhoça já investigou fatos semelhantes. Depois, em 2024, o Ministério Público abriu um Inquérito Civil para enfrentar falhas na gestão do cemitério. Mais tarde, em 2025, um vereador levou novas denúncias à Câmara e expôs novamente o sofrimento das famílias atingidas. Mesmo assim, o esquema continuou ativo, o que reforçou a necessidade de uma ação mais firme.
Próximos passos
A partir de agora, o MPSC iniciará a identificação das famílias prejudicadas. O órgão pretende localizar pessoas que possam ter pago valores indevidos ou enfrentado pressões para negociar jazigos de forma informal. Em seguida, os promotores vão ouvir essas vítimas para ampliar o conjunto de provas e esclarecer todas as circunstâncias. Com isso, o Ministério Público avaliará medidas criminais e cíveis e recomendará ajustes na gestão para impedir novas irregularidades e aumentar a transparência.
Operação Vox Mortis
A escolha do nome Vox Mortis destaca o caráter simbólico da operação. O MPSC quer dar voz às denúncias ignoradas ao longo dos anos e ao apelo das famílias que tiveram sua dor desconsiderada. Após as diligências, a Polícia Científica analisará o material apreendido e emitirá os laudos periciais. Em seguida, o GAECO examinará todas as evidências para avançar nas diligências, identificar outros envolvidos e aprofundar a apuração sobre uma possível rede criminosa.











