Governo de SC explica por que militares não fazem parte da reforma da previdência

Em nota, governo diz que a reforma da previdência dos servidores estaduais é alvo de "fake news"

O governo de Santa Catarina divulgou nesta quinta-feira (24/6) uma nota para explicar porque os militares não fazem parte da reforma da previdência dos servidores do estado. De acordo com o texto, o grupo não integra o projeto por conta de uma lei federal, que os desvincula do serviço público estadual.

Nesta semana, policiais civis protestaram contra a diferença no tratamento aos militares em relação aos outros órgãos de segurança nas mudanças da previdência. Na nota, o governo chamou de “fake news” as manifestações nas redes contra a proposta.

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A Lei Federal 13.954/2019 implantou o chamado regime de proteção social dos militares, desvinculando a categoria do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) – PMSC/Divulgação/CSC

A nota do governo esclarece que a Lei Federal 13.954/2019 implantou o chamado regime de proteção social dos militares, desvinculando a categoria do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). Dessa forma, a carreira militar “está absolutamente desvinculada das demais carreiras do serviço público estadual, razão pela qual não poderia constar da proposta de reforma previdenciária dos servidores de SC”.

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Já em relação às alíquotas de contribuição previdenciária, o quadro civil dos inativos é isento da contribuição para quem recebe até R$ 6.433,57 (teto do INSS), enquanto que sobre a remuneração da categoria dos militares inativos recaí a incidência de 10,5% sobre o total da folha, portanto sem isenção. Para um benefício previdenciário de R$ 8 mil, o quadro civil é isento de contribuição previdenciária até R$ 6.433,57, incidindo contribuição sobre a diferença de R$ 1.566,43, resultando no valor da contribuição previdenciária de R$ 219,30,  uma alíquota efetiva de 2,74%. No caso dos militares não há isenção sendo a alíquota efetiva de 10,5%.

Na Alesc

As diferenças de remuneração de policiais militares e civis foi assunto de debate na sessão ordinária desta quinta-feira (24). O deputado Kennedy Nunes (PTB) afirmou que o governador Carlos Moisés está acentuando a divisão e a animosidade entre as polícias e dentro das corporações por conceder reajustes e benefícios diferenciados.

A diferença de salários entre praças e oficiais (militares) e entre delegados e agentes é cada vez maior, conforme Kennedy, chegando a 5,6 salários. Ele acrescentou que a proposta de aumento salarial que está discussão dará para um coronel da polícia militar uma diferença salarial de R$ 6 mil, enquanto um praça ganhará em torno de R$ 1 mil a mais. “Isso não é justo. Todos têm que receber uma reposição salarial justa.”

O deputado Mauricio Eskudlark (PL) mostrou sua nova carteira de policial, uma honraria recebida pelos serviços prestados, uma vez que está aposentado. Ele rebateu as críticas de Kennedy e defendeu as ações do governo Moisés e sua “boa vontade” para encontrar soluções. Eskudlark afirmou que está participando das negociações entre os representantes da categoria e o governo e enalteceu o trabalho eficiente da polícia catarinense. “Todas as polícias são importantes. O serviço mais perigoso na segurança pública hoje é o do sistema prisional.” Ele explicou que o agente prisional convive com o bandido, por isso fica exposto a ameaças, sendo o agente da segurança pública que mais enfrenta riscos.

Quanto à reforma da previdência dos servidores públicos estaduais, Eskudlark rebateu que o governador Colombo retirou R$ 800 milhões do caixa do fundo previdenciário para pagar outras despesas e disse que, enquanto o sistema previdenciário de Santa Catarina está deficitário, o do Paraná tem R$ 6 bilhões em caixa porque aquele estado implementou a previdência complementar em 2004, algo que Santa Catarina só aprovou em 2016. “Agora tem que fazer a reforma para equilibrar as contas. É o momento de encontrar solução.”

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