Julho tem deflação, mas com alta nos alimentos, calcula Udesc

    Foto aérea da região continental de Florianópolis
    Bairros do Continente de Florianópolis - PMF/Divulgação/CSC

    A queda acentuada dos preços dos combustíveis para automóveis (-15,26%) e da energia elétrica residencial (-3,96%) – ambas relacionadas à redução do ICMS – levou a uma deflação de -0,22% no conjunto dos produtos e serviços consumidos em julho pelas famílias de Florianópolis. A inflação mensal não ficava negativa desde abril de 2020 (-0,05%).

    O índice de julho só não foi menor por conta principalmente da aceleração da inflação dos alimentos, com alta de 2,17% em julho. Desde janeiro, os preços das comidas e bebidas já subiram 9,65%, mais do que o dobro da inflação geral, que acumula 4,22% em 2022. Nos últimos 12 meses, o índice geral acumulado voltou a ficar abaixo dos dois dígitos (9,39%).

    Combustíveis: -15%

    Os preços dos produtos e serviços ligados aos transportes – que consomem em média 22% do orçamento das famílias, o maio impacto entre os nove grupos de itens pesquisados – foram os que mais caíram em julho (-5,44%). Essa queda é quase toda atribuída à redução dos preços da gasolina e do etanol. No conjunto, os combustíveis para automóveis caíram mais de 15%.

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    Além dos transportes, o vestuário foi o único grupo de itens pesquisados que também teve redução (-0,22%). Mas praticamente não houve variação nos preços relacionados a comunicação (0%), educação (0,07%) e despesas pessoais (0,08%).

    Alimentos: +2%

    Na contramão dos combustíveis, a inflação dos alimentos teve aceleração em julho, com os preços subindo 2,17% no mês. Se considerados apenas os alimentos comprados para consumo em casa, o índice é um pouco maior (2,27%). Já as refeições fora de casa subiram 2,02%. O maior aumento foi o dos leites e derivados (13,22%), com destaque para o leite longa-vida (19,4%), leite condensado (9%) e queijo minas (7,2%).

    Entre as bebidas e infusões (alta de 3%), ficaram mais caros a água de coco (12,5%), o café solúvel (5%), o chá (4,2%) e a cerveja (4%). Também subiram itens como o arroz-agulha (3,4%), açúcar refinado (4,6%), salsicha (4,1%) e melancia (19,9%).

    Mas houve algumas reduções de preços de alimentos, como no caso das carnes (-0,3%), frutas (-0,7%), hortaliças e verduras (-4,2%) e tubérculos, raízes e legumes (-7,1%). Neste último grupo, o destaque é para a batata inglesa (-8,5%) e o tomate (-14,1%).

    Habitação e saúde: +1%

    Mesmo com a redução de quase 4% nas tarifas de energia elétrica residencial, o grupo Habitação teve aumento de 1,14% em julho, puxado principalmente pelo aluguel (alta de 4,6%). Os gastos com habitação consomem mais de 13% do orçamento das famílias. Os artigos de residência, que compõem outro grupo de preços pesquisado, tiveram alta de 0,8% em julho.

    Também houve aumento acima da inflação geral no grupo Saúde e Cuidados Pessoais (3,04%). Esse grupo tem peso de 11% no orçamento das famílias. Os serviços de cuidados pessoais, como de manicure e barbeiro, subiram 7,8%. Já os serviços de saúde tiveram alta de 2,5%.

    Os números são do Índice de Custo de Vida (ICV), calculado pela Udesc, através do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), toma como base a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários-mínimos.

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