Mulher que matou grávida em Canelinha para roubar bebê deverá ficar presa 56 anos

Conselho de Sentença atendeu integralmente à denúncia do Ministério Público e entendeu que a ré tinha plena consciência do que estava fazendo e era capaz de responder na Justiça pelos seus atos

Mulher que matou grávida em Canelinha para roubar bebê deverá ficar presa 56 anos
Rozalba, questionada pelo juiz, admite premeditação do crime e diz que só se arrependeu quando foi presa - MPSC/Divulgação/CSC

Em um julgamento que durou 15 horas e ocorreu na Câmara de Vereadores de Tijucas, nesta quarta-feira (24/11), condenou Rozalba Maria Grimes, a mulher que matou a professora Flavia Godinho Mafra para lhe retirar do ventre o filho de 36 semanas de vida, ainda em gestação. O crime ocorreu em agosto de 2020 e chocou o país.

A ré foi condenada por homicídio com cinco qualificadoras contra a mãe e por tentativa de homicídio contra o bebê. Além disso, ela também deverá cumprir pena por mais quatro crimes relacionados aos dois homicídios.

Somadas, as penas chegam a 56 anos e 10 meses de prisão em regime inicial fechado, mais oito meses de detenção.

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O tribunal do júri, que ocorreu na Câmara de Vereadores de Tijucas, considerou a ré como plenamente consciente de seus atos e, por isso, mentalmente apta a pagar pelos crimes na Justiça. No Júri Popular, é a própria sociedade, por seus representantes no Conselho de Sentença, quem julga os fatos, sempre dentro do que determina a lei e com o propósito de se fazer Justiça à vítima e aos seus familiares.

Ao ser interrogada pelo Juiz, Rozalba admitiu que pesquisou na internet sobre parto e gravidez, para simular os sintomas. Ela também contou como planejou o crime – a desculpa do chá de bebê surpresa para emboscar a vítima-, e como escolheu o lugar do ataque: abandonado, com tijolos para atingir a vítima na cabeça. A assassina também admitiu às suas advogadas, quando interrogada, que apenas se arrependeu do que fez quando foi presa.

Rozalba Maria Grime é a assassina que matou flavia godinnho mafra com um corte em sua barriga para roubar o bebê
Rozalba Maria Grime matou Flavia e fez um corte em sua barriga para roubar o bebê – Arquivo Pessoal/Divulgação/CSC

Durante o julgamento, nessa quarta, testemunhas chegaram a passar mal ao darem seus depoimentos. Os policiais que atenderam a ocorrência também relataram a perplexidade do crime.

O crime que chocou o país

Em 27 de agosto de 2020, Rozalba preparou uma emboscada para matar a professora Flávia, que estava a poucos dias de dar à luz seu primeiro filho, com a intenção de lhe retirar o bebê da barriga e tomá-lo para si. Para consumar os seus planos, durante meses, Rozalba se aproximou da professora, que era apenas uma conhecida sua, e conquistou a sua confiança a enganando, mentindo que também estaria esperando um bebê.

Com isso, no dia dos crimes, Rozalba facilmente convenceu Flávia a acompanhá-la para uma surpresa – um chá de bebê (inexistente) que estaria sendo organizado por ela e as amigas da vítima. Flávia se deixou ser vedada e, sem ver o que a esperava, foi atacada por Rozalba, que golpeou a cabeça da vítima várias vezes.

Com a vítima inconsciente devido aos golpes, Rozalba usou um estilete para lhe abrir o ventre e extrair do útero de Flávia o filho, ainda em gestação. Flávia morreu devido à hemorragia causada pelo parto em condições precárias e realizado de forma brutal.

Como a criança foi gravemente ferida pelo estilete usado para retirá-lo do ventre de sua mãe, o bebê que ainda estava em gestação, quase morreu.

forno da olaria desativava sob galpão no local onde houve o assassinato
Flavia Godinho Mafra foi brutalmente assassinada em uma cerâmica desativada, em Canelinha – Divulgação/CSC

Após cometer os crimes contra a vida da mãe e do bebê em gestação, Rozalba fez o que pode para acobertar os seus atos e prejudicar as investigações e o processo: escondeu o corpo de Flavia no forno de uma cerâmica, o que fez com que o cadáver só fosse encontrado no dia seguinte aos crimes e a vítima chegasse a ser dada como desaparecida. A ré também escondeu o celular da Flávia, onde havia certamente provas contra ela.

Saindo da cerâmica ela pediu ajuda a populares para ser levada ao hospital alegando que acabara de dar à luz a criança na rua. No hospital de Tijucas, as enfermeiras desconfiaram da situação, porque a mulher não apresenta sinais de ter acabado de parir, além do corte nas costas da bebê, momento em que a polícia foi acionada e se constatou o crime.

flavia godinho mafra em foto grávida sentada em balanço com flores segura um sapatinho de bebê sobre a barriga
Flavia Godinho Mafra tinha 25 anos e foi brutalmente assassinada por uma conhecida que retirou o bebê de sua barriga – Maykot Fotografia/Divulgação/CSC

Com informações do MPSC

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