Professor da UFSC que projetou respirador de R$ 1 mil procura empresas parceiras

protótipo de respirador sobre mesa de hospital com outros equipamentos em volta
A manufatura do protótipo, que já foi aprovado em testes, surgiu em março na casa do professor Saulo Güths - UFSC/Divulgação/CSC

Um protótipo de ventilador pulmonar, desenvolvido pelo professor Saulo Güths, do departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi aprovado em testes de bancada realizados no Hospital de Clínicas, de Porto Alegre, e também em experimentos feitos em animais.

Para colocar o equipamento em produção para avaliação com humanos, o professor agora busca empresas interessadas e cadastradas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a fabricação dos ventiladores.

O equipamento é de baixo custo – projetado para ter custo pouco maior que R$ 1 mil – e poderá ser, de acordo com os testes realizados, de suporte à vida em UTI, e não apenas para casos de emergência.

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“O objetivo é ter um equipamento que consiga competir com os de R$ 170 mil que estão comercializando nesse momento. Necessitamos ainda acrescentar alguns sensores, o que pode resultar num valor um pouco maior que o almejado inicialmente, que era R$ 1 mil. Mas mesmo assim terá um custo imensamente menor que os similares encontrados hoje”, compara o professor.

“É claro que entrando com uma empresa que tem fins comerciais, ela vai também colocar a questão de, não só o lucro, mas a responsabilidade, assistência, impostos, tudo isso faz aumentar o valor, mas não vai chegar aos pés de um valor que é o do mercado atual, sem dúvida nenhuma”, acrescenta o docente.

Protótipo aprovado

A manufatura do protótipo surgiu ainda no mês de março na casa do professor, com ajuda do filho Eduardo Larsen Güths, aluno de Engenharia Mecânica da UFSC. Em abril, o equipamento foi levado ao Hospital de Clínicas para teste de bancada. “Como fomos bem, no dia seguinte fizemos teste em animal, em uma ovelha. E fomos aprovados. A equipe do hospital ficou bastante animada com os resultados”, lembra o professor.

Os testes foram realizados com o dito Modo Controlado, no qual o paciente está completamente sedado, que é considerado o uso principal no caso da covid-19, e no modo Assistido, no final do tratamento, quando a sedação é reduzida.

“A gente queria, claro, que isso fosse fabricado por empresa sem fins lucrativos e buscamos isso, mas não foi possível porque as empresas que até fariam sem fins lucrativos não têm esse cadastro prévio com registro nível 4, de produtos invasivos, da Anvisa. Então, infelizmente, a gente vai ter que parar o projeto ou se submeter a uma empresa que tenha o fim lucrativo”, relata o professor.

“Ao menos vamos estar fabricando um produto nacional, com custo mais baixo e que pode até futuramente ser exportado a países que tenham uma necessidade maior desse tipo de respirador. Para fazer o protótipo inicial, o pesquisador ainda contou com a ajuda do professor do IFSC, Marcelo Vandressen, que passou algumas dicas e um sensor, e de Carlos Moura, dono de uma oficina.

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FONTEUFSC
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