Russo é acusado de importunação sexual no entorno da UFSC

Klevogin tem cometido diversos delitos em Florianópolis; oficialmente só há BO contra ele a respeito de danos e ameaça em relação a desacordo comercial

Nos últimos dias, pessoas da capital catarinense se manifestaram contra um homem, identificado como Yaroslav Klevogin, nas redes sociais. O russo teria importunado sexualmente várias mulheres em Florianópolis, principalmente no entorno da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Homem russo de fone de ouvido azul pendurado no pescoço, mochila preta; levantando o dedo indicador e com a boca aberta
Yaroslav Klevogin, russo que tem importunado mulheres em Florianópolis – Facebook/Reprodução/CSC

Já foram realizados 12 boletins de ocorrência por assédio e três por ameaça contra Klevogin, mas mesmo assim o estrangeiro não foi preso e nem deportado.

Passaporte russo de Iaroslav Klevogin
Passaporte russo de Yaroslav Klevogin. – Foto: Facebook/Reprodução/CSC

Nos últimos meses ele tem perseguido e intimidado mulheres, e onde mais as abordou foi no Horto Florestal do Córrego Grande, no Direto do Campo do Córrego Grande, ou nas ruas do bairro. Para se aproximar das vítimas ele conta histórias diferentes, sobre ser um médico ou policial russo, e embora ele não fale português, usa um aplicativo de tradução para chegar perto das mulheres. Assim, consegue se aproximar fisicamente e passar a mão no corpo delas.

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Os últimos casos relatados tratam de quando ele perseguiu uma moradora do bairro de bicicleta, mas ela conseguiu escapar fugindo para dentro de uma academia; quando ameaçou uma mulher com martelo, outra com teaser (arma de choque) e outra com spray de pimenta nas proximidades da universidade.

Embora todas essas mulheres tenham feito boletins de ocorrência contra o russo, nada foi feito. O caso dessas importunações sexuais ganhou mais abrangência quando Yaroslav Klevogin invadiu uma república, quebrou parte do muro, o portão, a caixa de eletricidade e atacou os residentes. Naquele momento a polícia foi acionada e diversos vizinhos viram e relataram os assédios e ataques do estrangeiro.

Após esse episódio, ele foi levado para a delegacia em uma viatura, mas mesmo com vídeos e testemunhos das vítimas ele foi solto logo em seguida. Depois ainda teria tirado sarro das autoridades locais: imitando a voz dos policiais disse que eles não podem fazer nada e que a polícia brasileira é “fraca”, pois na Rússia tudo se resolve “como homem”.

Para completar as denúncias, além de importunação sexual e ataques agressivos à república, há relatos também que o homem revende drogas que trouxe do seu país, não tolera negros e homossexuais, inclusive teve que sair de um hostel onde ameaçou um grupo de homossexuais que estava hospedado no local.

Outros relatos em redes sociais também afirmam que para conseguir se alojar nos hostels ou repúblicas, Klevogin se transforma em uma pessoa boa e tranquila, mas depois de instalado muda de comportamento.

Investigações e BOs contra Klevogin

De acordo com o delegado da Dpcami de Florianópolis, Gustavo Kremer, a informação formal é que de que teria havido um desacordo comercial entre Klevogin e o proprietário por um hostel. “Em decorrência desse desacordo o rapaz teria cometido atos ilícitos. A princípio não tenho nenhum BO registrado por importunação sexual”. A polícia vai investigar as denúncias registradas (por enquanto dois BO sobre danos e ameaça em relação ao desacordo comercial) e Kremer reforça que as vítimas devem registrar BO por importunação sexual na Dpcami.

Já a Polícia Federal afirmou que não é porque o homem é estrangeiro que necessariamente o caso vai para a investigação federal.

A reportagem tentou contato com o próprio acusado, sem sucesso.

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