O governador Jorginho Mello anunciou, nesta quarta-feira (13/08), um pacote emergencial de R$ 435 milhões. O objetivo é conter os impactos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
A medida tenta preservar 73 mil empregos. Além disso, busca manter a competitividade das indústrias catarinenses.
Por causa da tarifa, 95% das exportações de Santa Catarina para os EUA ficaram ameaçadas. Em valores, o impacto atinge R$ 9,4 bilhões apenas em 2024.
O pacote será dividido em três frentes de ação:
- Liberação de créditos de ICMS (R$ 62 milhões)
- Postergação do ICMS por três meses (R$ 72 milhões)
- Financiamento emergencial (R$ 265 milhões)
Essas ações beneficiam empresas que enfrentam riscos reais de competitividade. Portanto, o foco recai sobre indústrias com impacto classificado como crítico, alto, relevante ou gerenciável.
Regiões e setores mais afetados
Os setores mais prejudicados são, sobretudo, os de madeira e móveis (48,5%), blocos de motor e compressores (17%) e motores elétricos e transformadores (14,5%).
Além disso, o Norte do Estado responde por 44% das exportações afetadas. Em seguida, o Vale do Itajaí aparece com 22%.
As empresas atendidas deverão manter os postos de trabalho. Ou seja, para receber apoio, precisarão preservar empregos e operações. Segundo Jorginho Mello, o momento exige firmeza e foco. “Vamos proteger quem está gerando emprego e renda. Precisamos manter a produção girando.”
A FIESC, que participou da elaboração do plano, reforçou a importância da resposta rápida. Conforme o presidente Gilberto Seleme, as medidas ajudam a garantir estabilidade. “É um apoio essencial para preservar a atividade e os empregos.”
O governo contou com apoio técnico de diversas áreas. Participaram da elaboração as secretarias de Planejamento (Seplan), Indústria, Comércio e Serviço (SICOS), Agricultura (SAR) e Articulação Internacional (SAI). Além disso, InvestSC, BRDE e Badesc também integraram a força-tarefa.
Detalhes das ações
A liberação dos créditos e a postergação do ICMS começam em setembro de 2025. Já o financiamento emergencial está disponível imediatamente.
Nesse caso, o BRDE oferece empréstimos em reais e dólares, com juros subsidiados pelo Estado. O crédito cobre custos fixos, como energia, folha de pagamento e aluguel.
Por exemplo, se uma empresa deixou de exportar R$ 40 milhões, ela poderá financiar até R$ 4 milhões para manter suas operações.
Segundo o secretário da Fazenda, Cleverson Siewert, os critérios seguiram dados concretos. “Priorizamos empresas vulneráveis, com menos opções no mercado internacional e maior vulnerabilidade diante da tarifa.”