SC anuncia pacote de R$ 435 milhões para enfrentar tarifa dos EUA

    Medidas incluem crédito emergencial, postergação e liberação de ICMS para manter empregos e competitividade das indústrias catarinenses

    Na imagem, o governador Jorginho Mello está em pé, vestindo um terno escuro com camisa clara. Ele fala para a imprensa,. À sua volta, repórteres e assessores o cercam com microfones e gravações. Atrás dele, um banner azul exibe os logotipos da FIESC e do Governo de Santa Catarina
    Foto: Roberto Zacarias/Secom GOVSC

    O governador Jorginho Mello anunciou, nesta quarta-feira (13/08), um pacote emergencial de R$ 435 milhões. O objetivo é conter os impactos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

    A medida tenta preservar 73 mil empregos. Além disso, busca manter a competitividade das indústrias catarinenses.

    Por causa da tarifa, 95% das exportações de Santa Catarina para os EUA ficaram ameaçadas. Em valores, o impacto atinge R$ 9,4 bilhões apenas em 2024.

    O pacote será dividido em três frentes de ação:
    • Liberação de créditos de ICMS (R$ 62 milhões)
    • Postergação do ICMS por três meses (R$ 72 milhões)
    • Financiamento emergencial (R$ 265 milhões)
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    Essas ações beneficiam empresas que enfrentam riscos reais de competitividade. Portanto, o foco recai sobre indústrias com impacto classificado como crítico, alto, relevante ou gerenciável.

    Regiões e setores mais afetados

    Os setores mais prejudicados são, sobretudo, os de madeira e móveis (48,5%), blocos de motor e compressores (17%) e motores elétricos e transformadores (14,5%).

    Além disso, o Norte do Estado responde por 44% das exportações afetadas. Em seguida, o Vale do Itajaí aparece com 22%.

    As empresas atendidas deverão manter os postos de trabalho. Ou seja, para receber apoio, precisarão preservar empregos e operações. Segundo Jorginho Mello, o momento exige firmeza e foco. “Vamos proteger quem está gerando emprego e renda. Precisamos manter a produção girando.”

    A FIESC, que participou da elaboração do plano, reforçou a importância da resposta rápida. Conforme o presidente Gilberto Seleme, as medidas ajudam a garantir estabilidade. “É um apoio essencial para preservar a atividade e os empregos.”

    O governo contou com apoio técnico de diversas áreas. Participaram da elaboração as secretarias de Planejamento (Seplan), Indústria, Comércio e Serviço (SICOS), Agricultura (SAR) e Articulação Internacional (SAI). Além disso, InvestSC, BRDE e Badesc também integraram a força-tarefa.

    Detalhes das ações

    A liberação dos créditos e a postergação do ICMS começam em setembro de 2025. Já o financiamento emergencial está disponível imediatamente.

    Nesse caso, o BRDE oferece empréstimos em reais e dólares, com juros subsidiados pelo Estado. O crédito cobre custos fixos, como energia, folha de pagamento e aluguel.

    Por exemplo, se uma empresa deixou de exportar R$ 40 milhões, ela poderá financiar até R$ 4 milhões para manter suas operações.

    Segundo o secretário da Fazenda, Cleverson Siewert, os critérios seguiram dados concretos. “Priorizamos empresas vulneráveis, com menos opções no mercado internacional e maior vulnerabilidade diante da tarifa.”

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