Secretários de saúde dos estados pedem medidas mais rigorosas para evitar colapso nacional

    PIOR MOMENTO

    Em carta aberta à população, os secretários de saúde dos estados pedem por medidas mais rigorosas para evitar um colapso nacional e total dos sistema de saúde público e privado. Afirma quem o país vive o pior momento da pandemia, com mais de 254 mil mortes pela Covid-19, e que a ausência de uma união nacional prejudica todo o combate ao coronavírus.

    + Moisés diz que vai avaliar lockdown de 14 dias
    + SC tem mais de 33 mil pessoas ativas para coronavírus

    Confira o documento, assinado pelo presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula.

    Carta dos secretários à nação brasileira
    Publicidade

    O Brasil vivencia, perplexo, o pior momento da crise sanitária provocada pela Covid-19. Os índices de novos casos da doença alcançam patamares muito elevados em todas as regiões, estados e municípios. Até o presente momento, mais de 254 mil vidas foram perdidas e o sofrimento e o medo afetam o conjunto da sociedade.

    A ausência de uma condução nacional unificada e coerente dificultou a adoção e implementação de medidas qualificadas para reduzir as interações sociais que se intensificaram no período eleitoral, nos encontros e festividades de final de ano, do veraneio e do carnaval. O relaxamento das medidas de proteção e a circulação de novas cepas do vírus propiciaram o agravamento da crise sanitária e social, esta última intensificada pela suspensão do auxílio emergencial.

    O recrudescimento da epidemia em diversos estados leva ao colapso de suas redes assistenciais públicas e privadas e ao risco iminente de se propagar a todas as regiões do Brasil. Infelizmente, a baixa cobertura vacinal e a lentidão na oferta de vacinas ainda não permitem que esse quadro possa ser revertido em curto prazo.

    O atual cenário da crise sanitária vivida pelo país agrava o estado de emergência nacional e exige medidas adequadas para sua superação. Assim, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) manifesta-se pela adoção imediata de medidas para evitar o iminente colapso nacional das redes pública e privada de saúde, a saber:

    a)Maior rigor nas medidas de restrição das atividades não essenciais, de acordo com a situação epidemiológica e capacidade de atendimento de cada região, avaliadas semanalmente a partir de critérios técnicos[1], incluindo a restrição em nível máximo nas regiões com ocupação de leitos acima de 85% e tendência de elevação no número de casos e óbitos. Para tanto, são necessárias:

    A proibição de eventos presenciais como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas e correlatas em todo território nacional;
    A suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país;
    O toque de recolher nacional a partir das 20h até as 6h da manhã e durante os finais de semana;
    O fechamento das praias e bares;
    A adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no setor público quanto no privado;
    A instituição de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerados o fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual;
    A adoção de medidas para redução da superlotação nos transportes coletivos urbanos;
    A ampliação da testagem e acompanhamento dos testados, com isolamento dos casos suspeitos e monitoramento dos contatos;
    b) O reconhecimento legal do estado de emergência sanitária e a viabilização de recursos extraordinários para o SUS, com aporte imediato aos Fundos Estaduais e Municipais de Saúde para garantir a adoção de todas as medidas assistenciais necessárias ao enfrentamento da crise;

    c) A implementação imediata de um Plano Nacional de Comunicação, com o objetivo de reforçar a importância das medidas de prevenção e esclarecer a população;

    d) A adequação legislativa das condições contratuais que permitam a compra de todas as vacinas eficazes e seguras disponíveis no mercado mundial;

    e) A aprovação de um Plano Nacional de Recuperação Econômica, com retorno imediato do auxílio emergencial.

    Entendemos que o conjunto de medidas propostas somente poderá ser executado pelos governadores e prefeitos se for estabelecido no Brasil um “Pacto Nacional pela Vida” que reúna todos os poderes, a sociedade civil, representantes da indústria e do comércio, das grandes instituições religiosas e acadêmicas do País, mediante explícita autorização e determinação legislativa do Congresso Nacional.

    EM SC, SAÚDE QUER LEITOS ATIVADOS

    A Secretaria de Estado da Saúde (SES) ainda cobra a reativação de leitos de UTI que foram fechados por unidades hospitalares em meados de outubro de 2020, mesmo com a pactuação existente e a garantia de custeio. Levantamento realizado pela pasta nesta segunda-feira, 1°, demonstra que 118 leitos continuam desativados em Santa Catarina. O número já chegou a ultrapassar a marca dos 200.

    + Leitos clínicos e de UTI serão ampliados em 160% em SC

    Publicidade