Segunda fase da Operação Parquímetro apreende R$ 25 milhões em bens em Florianópolis

"Houve pagamento de propinas", diz delegado

Bens apreendidos na segunda fase da Operação Parquímetro
Bens apreendidos na segunda fase da Operação Parquímetro, referente contrato de zona azul em Florianópolis - Foto: PCSC/Divulgação/CSC

Nesta terça-feira (23/5), a Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Divisão de Investigação Criminal (DEIC), deflagrou a segunda fase da Operação Parquímetro, com o objetivo principal de investigar o prejuízo resultante do contrato entre a Prefeitura de Florianópolis e a empresa Dom Parking para operação da Zona Azul entre os anos de 2013 e 2019.

O contrato foi rescindido devido à falta de repasses da empresa ao município, que acumulou um déficit de aproximadamente 20 milhões de reais no período de operação das vagas de estacionamento, quando praticamente não fez qualquer compensação à cidade.

A primeira fase da operação ocorreu em maio de 2021 e envolveu diversos alvos, resultando em 42 mandados de busca e apreensão e na realização de diversos depoimentos. Nessa segunda etapa, mais cinco mandados de busca a apreensão foram expedidos. De acordo com o delegado Jeferson Costa, as apreensões envolvem alvos que ainda não haviam sido envolvidos nas investigações anteriores.

Equipe da DEIC na segunda fase da Operação Parquímetro
Provas e depoimentos obtidos pela DEIC na primeira fase apontam para o pagamento de propinas em Florianópolis – PC/Divulgação/CSC
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Segundo o delegado Costa, a falta de repasses não ocorreu apenas por atuação da empresa: “nada disso poderia acontecer sem a omissão de agentes públicos”. Um dos desdobramentos dessa segunda fase foi o sequestro de bens pertencentes aos envolvidos, com o intuito de ressarcir o erário público municipal.

Dessa forma foram sequestrados cerca de 25 milhões de reais em bens, que serão destinados ao ressarcimento do cofre municipal de Florianópolis. O montante é de agentes políticos, servidores públicos e empresários envolvidos.

Ainda conforme o delegado, como não houve fiscalização do contrato e com possível pagamento de propinas, foi pedido à justiça o sequestro para compensar o município após o calote. Os nomes das pessoas envolvidas no esquema não foram revelados.

Em setembro de 2019 a prefeitura de Florianópolis, diante das diversas irregularidades praticadas pela Dom Parking, e pelo calote de R$ 20 milhões, rescindiu o contrato com a empresa. Em agosto de 2020 o sistema de zona azul da capital voltou a funcionar com nova empresa.

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