Testemunha não reconhece assinatura em aditivo da Ponte Hercílio Luz

Aditivo foi firmado quatro dias depois do contrato inicial, com valor 50 vezes maior

Sebastião Moraes Mattos, proprietário da Vivenda Construções, foi a primeira testemunha a ser ouvida pela CPI da Ponte Hercílio Luz - Foto: Fábio Queiroz/Agência AL
Sebastião Moraes Mattos, proprietário da Vivenda Construções, foi a primeira testemunha a ser ouvida pela CPI da Ponte Hercílio Luz - Foto: Fábio Queiroz/Agência AL

A CPI da Ponte Hercílio Luz, da Assembleia Legislativa, ouviu nesta terça-feira (16/4) os primeiros depoimentos de sócios de empresas que tiveram contratos assinados com o governo estadual para reformas na estrutura.

Sebastião Moraes Mattos, proprietário da Vivenda Construções, de Criciúma, foi a primeira testemunha ouvida pela comissão. A empresa dele celebrou contrato com o antigo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) para realizar serviços na ponte e, conforme o relator da CPI, deputado Bruno Souza (PSB), atuou entre setembro de 1990 e janeiro de 1992.

Ao ser questionado sobre a autenticidade de uma assinatura sua em um aditivo, Mattos não reconheceu a rubrica. Os documentos mostram que quatro dias após a assinatura do contrato com a Vivenda, no valor de 304 mil de cruzeiros, foi assinado, com a mesma empresa, um termo aditivo no valor de 15 milhões de cruzeiros. O sócio afirmou ainda não se lembrar de termos aditivos.

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Para provar, mostrou que a assinatura que consta em sua Carteira de Identidade é diferente daquela que seria referente à Vivenda no termo aditivo.

“Até me surpreende isso”, afirmou Mattos, referindo-se ao aditivo. “Absolutamente, essa assinatura não é minha. Não acredito que foi de um procurador nosso”, completou.

O proprietário da Vivenda lembrou que sua empresa foi desclassificada na licitação, mesmo apresentando o melhor preço, mas conseguiu assinar contrato com o Estado após entrar na Justiça. Mattos acrescentou, ainda, que não acompanhava o dia a dia dos serviços prestados pela Vivenda, ficando essa atribuição sob responsabilidade do engenheiro responsável, do qual não recordou o nome. Ele também se comprometeu a apresentar à CPI, em 14 dias, os documentos que possui sobre os serviços prestados pela Vivenda.

A segunda testemunha ouvida pela CPI foi o engenheiro civil Vilmar Tadeu Bonetti. Ele foi sócio de Sebastião Mattos na Vivenda entre os anos de 1988 e 1992.

Bonetti também não reconheceu a assinatura do termo aditivo como sendo a de seu sócio. Questionado sobre a existência de termos aditivos, ele também se mostrou surpreso e afirmou que não se recordava desses termos.

Nova reunião

A CPI da Ponte Hercílio Luz volta a se reunir nesta quarta-feira (17), às 17 horas, na Sala das Comissões da Alesc. Serão ouvidas mais testemunhas de empresas que realizaram serviços na ponte nos anos de 1980 e 1990.

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