Trabalho e qualificação mudam a rotina de mulheres em unidades prisionais de Santa Catarina

Pessoa realiza trabalho de confeitaria ao aplicar cobertura em um bolo na cozinha de uma unidade prisional, durante atividade de capacitação profissional.
Foto: Divulgação/Sejuri

Em Santa Catarina, o trabalho vem mudando a vida de mulheres que cumprem pena. Nas unidades prisionais, ele se tornou um dos principais instrumentos de ressocialização e transformação pessoal.

Na Penitenciária Feminina de Criciúma, por exemplo, as internas produzem mais de oito toneladas de pães e doces por mês. O resultado reflete o esforço diário e o compromisso firmado em convênio com o Estado.

Em julho de 2025, mais de 600 mulheres trabalharam em seis unidades femininas localizadas em Chapecó, Itajaí, Joinville, Criciúma, Florianópolis e Ituporanga. Além de garantir uma rotina ativa, o trabalho ajuda a recuperar a autoestima e abre portas para um futuro diferente.

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Em Criciúma, as internas produzem pães, salgados, pizzas e doces congelados. Toda a produção ocorre em um pavilhão industrial dentro da penitenciária. Elas participam de todas as etapas, desde o preparo das massas até a embalagem. Depois, os produtos seguem para a venda em lojas da região, o que reforça o vínculo com a comunidade.

A linha de produção é ampla e diversificada. Há pão francês, cervejinha, doce, de milho, integral e outros tipos. Além disso, o cardápio inclui salgados fritos e assados, como coxinhas, mini kibes, baurus, hambúrgueres recheados, mini pizzas e pizzas grandes. Também há opções de confeitaria congelada, como brigadeiros, beijinhos, tortas e croissants recheados.

Foto: Divulgação/Sejuri
Capacitação e mudança de vida

Atualmente, 56 mulheres participam da atividade. Com a renovação do convênio, o número deve dobrar e alcançar até 102 vagas futuramente. Além da remição de pena, elas recebem capacitação profissional e aprendem valores essenciais, como disciplina, foco e responsabilidade.

“O trabalho é uma ferramenta transformadora. Ele oferece não apenas ocupação, mas oportunidade real de reconstrução da vida. Cada dia produtivo é um passo a mais na reintegração social dessas mulheres”, destaca a secretária de Justiça e Reintegração Social, Danielle Amorim Silva.

Além de Criciúma, outras unidades mantêm parcerias com empresas e instituições. As atividades incluem costura, montagem de kits, artesanato e serviços administrativos. Assim, a Secretaria de Justiça e Reintegração Social amplia as chances de inclusão e reforça o papel do trabalho como instrumento de valorização pessoal.

Em Chapecó, 127 mulheres atuam principalmente em malharias, produzindo peças têxteis que geram renda e novos aprendizados. Já em Joinville, 56 detentas trabalham na cozinha, em parceria com empresas de nutrição. Da mesma forma, em Florianópolis, 23 internas atuam na preparação de alimentos e na limpeza.

Ituporanga também segue o mesmo caminho. Lá, 37 mulheres se dedicam ao trabalho em malharias e nas atividades de cozinha, em cooperação com empresas de nutrição, o que garante qualidade e profissionalismo.

Mais do que um direito previsto na Lei de Execução Penal, o trabalho nas unidades femininas representa um ponto de virada. Para muitas mulheres, ele significa o primeiro passo para reconstruir a própria história.

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